inferência sobre proporções
Testes e intervalo de confiança para uma proporção, \(p\) (parâmetro populacional), com recurso ao teorema do limite central considerando que
\(X_i,\, i=1,\ldots,n\) constituí uma amostra com valores 1 e 0 (1 indicando «sucesso» e 0 indicando «falha»);
\(n \ge 30\) (ver dimensão da amostra)
\(X=X_1 + \cdots + X_n\) é a soma total de sucessos:
sendo uma soma de v.a. então pode aplicar-se o teorema do limite central
Um estimador para \(p\), a proporção populacional de sucessos, é dada por então
em que \(X\) é o total de sucessos. A variável fulcral segue, aproximadamente, a distribuição normal padrão Z
procedimento para obter o IC
Conhecida a proporção amostral de sucessos, ou estimativa para \(p\),
fixado o grau de confiança \(1-\alpha\), pressupondo \(n \ge 30\), então uma aproximação do IC para uma proporção é dada por
em que, com base na distribuição normal padrão Z,
É mostrado, na figura, que o grau de confiança, \(1 - \alpha\), é colocado no centro da distribuição N(0, 1):
TH com base no p-value
Antes de avançar é necessária a verificação dos pressupostos:
\(n \ge 30\) (a amostra é suficientemente grande para se usar a aproximação pelo TLC)
considerando que:
\(X_i=0\) indica «insucesso» na obseração i (ver distribuição de Bernoulli)
\(X_i=1\) indica «sucesso» na obseração i
\(X=X_1+\cdots+X_n\) é a soma de sucessos/insucessos que justifica o uso do TLC
\(p\) é a proporção populacional de sucessos
\(\hat p=x/n\) é a proporção estimada de sucessos
- 1. Especificar a hipóteses H0 e H1 em que
\(p\) é a proporção de indivíduos com uma dada característica na população (parâmetro desconhecido) e \(p_0\) é uma proporção indicada no problema em investigação:
teste bilateral:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p \neq p_0\)
teste unilateral à direita:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p > p_0\)
teste unilateral à esquerda:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p < p_0\)
- 2. Identificar a estatística de teste para os pressupostos dados:
Pressupondo \(n \ge 30\):
sendo \(\hat p = \frac{X}{n}\) o estimador da proporção populacional p.
- 3. Obter o valor da estatística de teste
o valor \(p_0\) é fornecido em H0;
\(\hat p = \frac{x}{n}\) é a estimativa da proporção p.
em que \(p_0\) é o valor de p assumido em H0.
- 4. Calcular o p-value
Consideram-se os três casos.
No que se segue, \(\Phi(z) = \text{CDF.Normal}(z,\; 0,\; 1)\).
4a. Calcular o p-value de um teste bilateral
se \(z_{obs}\) é negativo então
tabelas: \(\text{p-value} = 2 \times \Phi(z_{obs})\)
calculadoras: \(\text{p-value} = 2 \times \text{CDF.Normal}(-\infty,\;z_{obs},\; 0,\; 1)\)
se \(z_{obs}\) é positivo então
tabelas: \(\text{p-value} = 2 \times (1 - \Phi(z_{obs}))\)
calculadoras: \(\text{p-value} = 2 \times \text{CDF.Normal}(z_{obs},\;+\infty,\; 0,\; 1)\)
4b. Calcular o p-value de um teste unilateral à direita
Independentemente de \(z_{obs}\) ser positivo ou negativo interessa só a probabilidade à direita de \(z_{obs}\):
tabelas: \(\text{p-value} = 1 - \Phi(z_{obs})\)
calculadoras: \(\text{p-value} = \text{CDF.Normal}(z_{obs},\;+\infty,\; 0,\; 1)\)
4c. Calcular o p-value de um teste unilateral à esquerda
Independentemente de \(z_{obs}\) ser positivo ou negativo interessa só a probabilidade à esquerda de \(z_{obs}\):
tabelas: \(\text{p-value} = \Phi(z_{obs})\)
calculadoras: \(\text{p-value} = \text{CDF.Normal}(-\infty,\; z_{obs},\; 0,\; 1)\)
calculadora gráfica: verifique o resultado efetuando o cálculo do p-value com as funções de teste de hipóteses.
- 5. Concluir
se \(\text{p-value} \le \alpha\) então rejeita-se H0 em favor de H1
se \(\text{p-value} > \alpha\) então não se rejeita H0
- 6. Interpretar no contexto do problema em investigação:
Sugestão de interpretação:
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente diferente que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente maior que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente menor que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
TH com base na região crítica
Antes de avançar é necessária a verificação dos pressupostos:
\(n \ge 30\) (a amostra é suficientemente grande para se usar a aproximação pelo TLC)
considerando que:
\(X_i=0\) indica «insucesso» na obseração i (ver distribuição de Bernoulli)
\(X_i=1\) indica «sucesso» na obseração i
\(X=X_1+\cdots+X_n\) é a soma de sucessos/insucessos que justifica o uso do TLC
\(p\) é a proporção populacional de sucessos
\(\hat p=x/n\) é a proporção estimada de sucessos
- 1. Especificar a hipóteses H0 e H1.
\(p\) é a proporção de indivíduos com uma dada característica na população (parâmetro desconhecido) e \(p_0\) é uma proporção indicada no problema em investigação:
teste bilateral:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p \neq p_0\)
teste unilateral à direita:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p > p_0\)
teste unilateral à esquerda:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p < p_0\)
- 2. Identificar a estatística de teste.
Pressupondo \(n \ge 30\):
com \(\hat p = \frac{X}{n}\).
- 3. Obter o valor da estatística de teste
o valor \(p_0\) é fornecido em H0;
\(\hat p = \frac{x}{n}\) é a estimativa da proporção p.
- 4. Obter a região crítica.
A região crítica é um intervalo onde se rejeita H0 caso este contenha \(z_{obs}\).
4a. região crítica bilateral
tabelas: \(z_{critico} = \Phi^{-1}(1-\alpha/2)\)
calculadoras: \(z_{critico} = \text{INV.Normal}(1-\alpha/2,\;0,\; 1)\) (o resultado é positivo)
\(RC = ]-\infty,\; z_{critico}[ \;\cup\; ]z_{critico},\; +\infty[\).
4b. região crítica unilateral à direita
tabelas: \(z_{critico} = \Phi^{-1}(1-\alpha)\)
calculadoras: \(z_{critico} =\text{INV.Normal}(1-\alpha,\;0,\; 1)\) (o resultado é positivo)
\(RC = ]z_{critico},\; +\infty[\)
4c. região crítica unilateral à esquerda
tabelas: \(z_{critico} = \Phi^{-1}(\alpha)\)
calculadoras: \(z_{critico} = \text{INV.Normal}(\alpha,\;0,\; 1)\) (o resultado é negativo)
\(RC = ]-\infty,\; z_{critico}[\)
Nota: as calculadoras, em geral, não determinam a região crítica.
- 5. Concluir.
se \(z_{obs}\) pertence à região crítica então rejeita-se H0 em favor de H1,
se \(z_{obs}\) não pertence à região crítica então não se rejeita H0.
- 6. Interpretar no contexto do problema em investigação.
Sugestão de interpretação:
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente diferente que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente maior que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente menor que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
TH com base no método do IC
Antes de avançar é necessária a verificação dos pressupostos:
\(n \ge 30\) (a amostra é suficientemente grande para se usar a aproximação pelo TLC)
o TH a efetuar é do tipo bilateral (\(H_1:\; p \neq p_0\))
considerando que:
\(X_i=0\) indica «insucesso» na obseração i (ver distribuição de Bernoulli)
\(X_i=1\) indica «sucesso» na obseração i
\(X=X_1+\cdots+X_n\) é a soma de sucessos/insucessos que justifica o uso do TLC
\(p\) é a proporção populacional de sucessos
\(\hat p=x/n\) é a proporção estimada de sucessos
- 1. Especificar a hipóteses H0 e H1 em que
\(p\) é a proporção de indivíduos com uma dada característica na população (parâmetro desconhecido) e \(p_0\) é uma proporção indicada no problema em investigação.
O método do IC apenas se aplica ao teste bilateral:
\(H_0:\; p = p_0 \quad vs \quad H_1:\; p \neq p_0\)
2. Usar ou determinar o IC (ver procedimento para obter o IC).
Se o problema em investigação já dispõe de um IC passa-se para a etapa seguinte.
Com
o pressuposto de \(n \ge 30\)
o grau de confiança é \(1 - \alpha\)
então o IC aproximado é dado por
3. Concluir
se \(p_0\) não pertence ao IC então rejeita-se H0 em favor de H1,
se \(p_0\) pertence ao IC então não se rejeita H0.
4. Interpretar no contexto do problema em investigação:
Sugestão de interpretação:
«a proporção de indivíduos com dada característica (é / não é) significativamente diferente que \(p_0\) considerando o nível de significância \(\alpha=5\%\) e com base na amostra considerada.»
(Recorda-se: O método do IC só é aplicável para hipóteses bilaterais.)
outras designações do teste à proporção
Testes em populações de Bernoulli
Teste assintótico para uma proporção p
pressupostos mais exigentes
Os método de inferência usados para a proporção, nesta página, fornecem soluções aproximadas. Por forma a melhorar a aproximação podem ser adicionados mais pressupostos:
\(n > 30\) para aplicar o TLC
\(np>5\) e \(n(1-p)>5\)
calculadora gráfica
texas TI Nspire CX
MENU Estatística (6) => Testes estatísticos (7) => teste Z de 1-prop (5)
texas TI 84 e variantes
teste Z, aproximado, a uma proporção
Exemplo:
STAT => TESTS => 1-PropZTest (5:) =>
p0: 0.05 (valor em H0)
x: 25
n: 300
prop: > (pode ser diferente, ou <, ou >)
O resultado é:
«prop>0.05»
z = z_obs = 2.6491
p = p-value = 0.00403
chapeu p = 0.08333 = (25/300)
n = 300
casio FX 9860gii e similares
(a fazer)
casio FX CG 20
teste Z, aproximado, a uma proporção
Estatística (2) => TEST (F3) => Z (F1) => 1-Prop (F3)
Prop: > p0
p0: 0.05
x = 25
n = 300
Output:
«prop>0.05»
z = z_obs = 2.6491
p = p-value = 0.00403
chapeu p = 0.08333 = (25/300)
n = 300