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Minha Aldeia

Poiares

Enquadrada na paisagística duriense e como tal, abrangida pela área do famoso vinho do Porto, a freguesia de Poiares (Régua) é transmontana. A povoação que dá o nome à freguesia está situada na parte mais elevada de um planalto acidentado a cerca de 700 metros de altitude e é circundada por sucessivos montes cujas encostas vão descendo até ao rio Corgo por um lado e até ao Douro por outro. Para além destes dois rios, voltam a subir os montes, (já não pertença da freguesia ) de um lado até ao grandiosa e magnífica Serra do Marão e do outro, até à Serra de Avões que é vizinha da velha e ilustre cidade de Lamego, e ainda até às várias serranias da qual faz parte a Serra de S. Domingos, cuja capelinha alvinitente se avista de todos os lados destas redondezas.

O panorama que se desfruta de qualquer ponto da aldeia é lindíssimo!!  Terra de largos horizontes, são inúmeras as aldeias, lugares e lugarejos que se avistam de Poiares. De cidades, só a de Lamego, distinguindo-se nitidamente o vetusto santuário da Senhora dos Remédios, cuja escadaria em noites de festa ( 8 de Dezembro ) , lembra um conto das mil e uma noites, tal o deslumbramento de luzes que a emolduram!!

As ruínas de “Castellum Romano” da Fonte do Milho, situam-se na freguesia de Poiares e de Canelas. Esta estação arqueológica foi classificada como monumento Nacional em 30 de Novembro de 1959, pelo Decreto lei Nº42692.

Em 1938, João Araújo Correia tomou conhecimento do aparecimento, na Fonte do milho, de uma rica piscina cujo porro era um lindo mosaico, que foi encontrada durante um saibramento.

No Borralho parece ter acontecido uma caso triste: uma surriba pôs a descoberto uma talha romana. Talha descomunal, que poderia levar uma pipa de vinho ou de azeite, foi destruída à marreta ou à ponta de ferro de saibrar pelos aguerridos trabalhadores do Borralho – tão desapontados como o patrão pelo vazio da Talha...

Porém, José Albino Fernandes, o dono da Fonte do Milho na altura, não destruiu a piscina mesmo não encontrando lá nada.

Vergilio Correia amigo de João de Araújo Correia disse: “este mosaico, tão colorido, e estes peixes, de tão perfeito desenho, só os vi parecidos, no Milreu. Não há, em Conimbriga piscina como esta, é muito bonita e tem muito valor.

O Arqueólogo Russell Cortês, que veio a ser o director do Museu de Grão Vasco, em Viseu, comandou as explorações que foram feitas, então: o relatório elaborado afirmou que a Fonte do Milho foi propriedade rústica romana mas, quinta de alto bordo, tinha lagares de vinho e de azeite. Provou-se então que o azeite e o vinho se cultivam no Douro há milhares de anos. A Fonte do Milho foi um Castro-fortaleza. Sem saber porque as escavações foram concluídas subitamente e nunca este espaço se tornou numa estação romana digna de ser visitada por endrentes ou turistas.

Para se confirmar o que disse leia-se : “Nuvens Singulares” de Araújo Correia, Imprensa do Douro-1975.

Poiares

A freguesia de Poiares dista da sede do concelho de Peso da Régua 6 km, 4 km do apeadeiro pertence do Tanha e 24 km de Vila Real  a cujo distrito pertence.

Tem serviço de Correio, e Telefone; autocarro diário para vila Real e para a Régua. Possui Escola Primária  ( 3 salas ) , casa do Povo e Seminário até ao nono ano. Tem cerca de 4000 habitantes e cerca de 1800 fogos. O Orago é S. Miguel.

Todo o território desta freguesia foi uma povoada estância de povos primitivos, que a fortificaram em vários pontos, especialmente um pouco ao sudeste de sede paroquial, no despenhadíssimo monte raso. Esta eminência, domina de perto o Douro, defensáculo das temíveis populações durienses a que se refere Estrabão; apenas tinha estrada fácil pelo lado do norte, onde por isso, necessitava de forte defesa artificial – que se conseguiu neste castro com grossas paredes de pedra miúda; do Sul, pelo contrário, o declive é temeroso e abata-se rapidamente sobre o rio alcantilado, para o chamado Poço da Caldeira. Logo junto à povoação, fica o monte de Luzância, de onde os antigos luzitanos faziam, sinais aos outros pastores, acendendo fogueiras (as “luzes” onde deriva Luzância) para avisá-los da aproximação das legiões romanas...

Também muito prestadio à defesa castreja foi o monte da Corvaceira, um pouco a poente daquele, e dominando o Douro em larga extensão todavia ainda que de maior altitude que o Monte raso é de menos pronunciados pendores.

O ético de Poiares é “Podiales”, de origem romana.

Concordamos com o facto de Poiares ter sido uma povoação muito importante na alta Idade Média, a sede de um vastíssimo julgado do território de Panóias o qual julgado se estendia desde o Corgo ao Tua. O julgado de Poiares ainda existia desta estranha feição por 1220, pois nas inquirições deste ano figura a paróquia de Santa Maria de Alijó como nele incluída. Os aforamentos do século XIII provocaram não só o seu desmembramento mas até a sua própria extinção. È de presumir que já nesta altura a povoação andasse decadente. Nos fins do século XIII com efeito, estava extinto indubitavelmente o julgado de Poiares pois os habitates deste lugar e vizinhos deviam ir ao “juízo” do juiz da Feira de Constantim. Por esta altura, levava D. Dinis a efeito a última tentativa da fundação de Vila Real, com êxito.

A Casa Grande é um dos melhores solares de Poiares. Num dos salões há uma Via-Sacra (talvez única na Península) cujos quadros ovalados, medindo cerca de 60 x 40 cm, são em marfim, figuras em baixo relevo cobertas por redoma de vidro.

Poiares orgulha-se de ter sido berço de D. Manuel de Matos, que foi eminente arcebispo de Braga e Primaz de Espanha, figura cintilante da Igreja Católica, homem de rija têmpera, de antes quebrar que torcer. Nas balburcias do ano 1910, foi preso sob a acusação de trazer consigo armamento, ao que o ilustre Prelado, sacando o rosário do bolso da batida, respondeu:

As contas do meu rosário,

         São peças de artilharia.

                     Que fazem tremer o inferno,

                                 Quando digo: AVÉ – MARIA;

A Santa Cruz de Poiares – Cruz processional, de grande valor. È datada de 1225 e foi mandada fazer por Afonso Mendes, Prior da Ordem do Hospital. Esta Cruz já esteve patente em várias exposições nacionais e internacionais.

Frente                                             Verso

Santa Cruz de Pau.

Esta Cruz feita de pau “santo” revestida de ornatos e figuras, é todos os anos encorporada na procissão das cruzes, a 3 de Maio e acompanha as cruzes mais pobres até ao alto da Santa Bárbara, tendo aparecido aqui enterrada.

Foi uma mulher surda-muda que encontrou a Santa Cruz de Poiares numa ocasião em que, estando a guardar as suas ovelhas que andavam a pastar, deixou cair o fuso com que fiara pela abertura de um froguedo, tendo ouvido um som metálico. Foi correndo dar parte aos habitantes da aldeia, falando claramente. Aqueles, pasmados de a ouvirem falar a surda-muda, correram ao sítio e arrumando as pedras, acharam a tal Cruz e ainda dois sinos.

Para comemorar este achado, colocaram no sítio da aparição, uma grande cruz (cruzeiro) de granito: e todos os anos, em dia de Santa Cruz levam da Igreja, em procissão, a cruz, até ao local onde foi achada e ali dão três voltas em redor do Cruzeiro, regressando à Igreja depois de terem feito as suas ladainhas e orações. 

Local onde foi encontrada a Cruz Santa e onde foi emplantado um cruzeiro e uma capela para comemorarmos o feito todos os anos... 

É a Capela da Padroeira da terra. A talha dourada de seu único altar, é muito valiosa.

O interior da Igreja matriz de Poiares é valorosíssimo. A nave é ladeada por oito famosos altares guarnecidos de talha dourada. Dir-se-ia do estilo Barroco, sendo portanto do séc. XVII.

 

Evolução Histórica de Poiares

Poiares é uma aldeia muito antiga mas desde sempre foi uma aldeia com grande importância a nível Salesiano e podemos dizer que tudo começou com a doação do dinheiro e dos terrenos por parte de D. Manuel Vieira de Matos para a construção do primeiro Seminário em Poiares e da primeira Creche.

 

 

 

 

D. Manuel Vieira da Matos.   Construção da primeira creche

 

 

 

 

Refeitório do seminário                                 Dormitório do seminário

 

 

 

 

Primeiros alunos da comunidade Salesiana. “Juntos no centro do campo de Futebol,”    

Depois deste Seminário ter funcionado durante alguns anos e de muitas outras coisas terem acontecido sem eu ter mencionado, aqui foi feito um projecto para um novo Seminário pois o acolhimento de jovens era enorme para as capacidades que existiam

 

 

 

 

 Projecto do novo Seminário.  Primeira pedra do novo Seminário

Com uma rapidez impensável a novo Seminário foi concluído, Seminário que ainda hoje funciona mas como Colégio, “foi onde eu fiz do meu 5º ao 9º ano de escolaridade”.

Com isto o primeiro Seminário foi abandonado ficando sem função alguma, a creche ainda hoje funciona e é uma das maiores da região, sofrendo algumas alterações para tal ser considerada...junto ao “antigo” seminário foi colocada uma pedra com a face de D. Bosco em homenagem aos antigos alunos daquele Seminário.

 

 

 

 

Inauguração da pedra com a face de D. Bosco

Como para ser homenageado o antigo Seminário colocaram uma imagem de D. Bosco ao lado do Seminário para o "novo” Seminário fizeram o mesmo...colocando uma imagem de D. Bosco para tal efeito.

 

 

 

 

Inauguração da estatua de D. Bosco como homenagem ao “novo” Seminário.

Neste momento podemos dizer que chegamos à actualidade de Poiares. Quanto ao Resto dos monumentos que aqui existem já foram referidos quando falei sobre Poiares no geral.

Ficamos assim a conhecer um pouco do que é, e foi Poiares, uma aldeia pequena que podemos dizer já ter sido grande, e até muito grande.

 

Breve Conclusão

Estamos perante uma aldeia muito interessante, pois à primeira vista parece uma aldeia com pouco para contar e que pouco vale, mas analisando algum do seu historial podemos concluir que estamos perante uma aldeia interessantíssima, que já foi muito “grande” e com alguma importância a nível local.

Esta aldeia destaca-se pela sua comunidade Salesiana presente pelo Colégio Salesiano de Poiares, aqui vive-se muito sobre vida cristã..., existem muitos costumes a nível católico.

Existem também alguns monumentos que podemos considerar interessantes como por exemplo a nossa igreja, digna de uma beleza invejável, a nossa Santa Cruz que pelo seu valor está sempre distante dos olhares curiosos, sempre bem guardada para que ninguém saiba o seu paradeiro ao certo, a Casa Grande um dos mais bonitos solares da região, possuidora de uma Via-Sacra pensasse que única na Península Ibérica, entre outros...

Para mim é uma aldeia com um encanto invejável, o nível de simpatia das pessoas é contagiante, pois não sinto o mesmo noutras aldeias da  zona.

Poiares aldeia possuidora de uma paisagem encantadora situada no cimo de um monte, com um clima um pouco frio no Inverno mas com um clima fresquinho durante o Verão.

Poiares terra de encanto não encontrado igual.  

 

 
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