REGIÃO DE ÁGUEDA, 12 de Fevereiro de 1999
PP visita escavações arqueológicas em Cabeço do Vouga
“Salvaguardar um património nacional”
A Comissão Política Concelhia de Águeda do Partido Popular quis mostrar o seu interesse pelo património arqueo1ógico do concelho. Assim, no passado dia 8 (segunda-feira), visitou alguns locais e chamou a atenção para a sua riqueza histórica. A grande atenção recaiu sobre a estação arqueológica de Cabeço do Vouga, com a presença da comunicação social e a explicação do responsável pelas escavações em curso. O programa incluiu ainda a visita à ponte romana do Marnel, ao Panteão de Lemos, ao parque de Alta Vila e ao mosteiro das Almas da Areosa.
No início da tarde de segunda-feira alguns elementos do Partido Popular encontraram-se em Cabeço do Vouga (Macinhata) para visitar a estação arqueológica. Jorge Lima, da distrital do PP, o deputado Rui Marques e o vereador Alberto Ferreira foram alguns dos que acompanharam Fernando Pereira (o responsável) na explicação sobre as escavações. O objectivo do partido é dizer que “não faz sentido Águeda estar fora do mapa turístico, quando há espaços que podem ser valências turísticas”. Jorge Lima crê que se estes espaços fossem devidamente identificados e apoiados”, o concelho de Águeda estaria “no mapa”. Rui Marques realçou que a questão do ambiente “é uma das matérias que mais nos preocupa”, acrescentando que aquela é “uma estação onde tem de se investir”. “Ao longo dos tempos preocupei-me com este tema”, disse Rui Marques, denunciando uma falta de empenho no passado, mas congratulando-se “por ver que estão a tomar medidas para salvaguardar as escavações, um património não só de Águeda, mas também nacional”. E felicita a Câmara Municipal pelo seu
empenho.
Vestígios da Idade do Ferro
As escavações na estação arqueológica de Cabeço do Vouga começaram nos anos 40, por Rocha Madaíl. Fernando Pereira, o agora responsável pelo trabalho falou da história da obra, informando que é “um povoado com origem na Idade do Ferro e até à Idade Média”. As escacavações modernas começaram em 96, mas há “grandes problemas de conservação, não tendo a manutenção ideal”. Uma falha que Fernando Pereira menciona é a falta de coberto. Com efeito, ainda este ano, espera que a área seja coberta com estruturas aéreas permanentes. Lembra que nos anos 60 um grupo de técnicos e estudantes da Universida de Coimbra esteve a trabalhar no local, “mas a Câmara da altura não considerou relevante o assunto”. Agora há maior preocupação, até pelo facto da Câmara estar a comprar terrenos na área para salvaguar a estação”. Para o responsável da obra, este é um património “nacional importantíssimo”.Acredita que “pode ser um forte pólo de atracção do ponto de vista cultural e científico” e que por isso “tem de se investir”. “Trabalhar aqui é complicado e o processo é moroso”, constata Fernando Pereira, dizendo que são precisas mais verbas, mais tempo de trabalho e mais trabalhadores. - DANIELA CARREIRA