Sob orientação do Prof. José Fernando F. Mendes, da Universidade de
Aveiro, e do Prof. Albert-László Barabási, da Universidade de Notre
Dame (EUA), João Gama Oliveira analisou o tempo que os cientistas
levaram para responder às cartas que recebiam, observando que a
distribuição dos tempos de espera por uma resposta de ambos os
cientistas segue aproximadamente a mesma lei em potência que se observa
no caso do e-mail nos dias de hoje. Einstein e Darwin revelam um padrão
fundamental da dinâmica de comunicação humana que é partilhado pela
pessoa indistinta na sua normal atribuição de prioridades aos itens da
caixa de correio electrónico todas as manhãs.
Ambos os cientistas foram correspondentes prolíficos, enviando e
recebendo centenas de cartas por ano. Responderam a muitas das cartas
que receberam, a maior parte das vezes num intervalo de dez dias mas
por vezes com um atraso de até dois anos. Apesar destas flutuações, as
suas correspondências mostraram ordem num largo intervalo, seguindo os
mesmos padrões da comunicação electrónica moderna. Durante a sua vida,
Darwin enviou 7.591 cartas e recebeu 6.530; Einstein enviou mais de
14.500 cartas e recebeu mais de 16.200, com um decréscimo na
correspondência durante a Segunda Guerra Mundial.
João Gama de Oliveira, 26 anos, licenciado em Física pela
Universidade do Porto (2002), nasceu no Porto em 15 de Maio de 1979 e
foi Grant Holder do Centro de Física do Porto (2002), da Universidade
de Aveiro (2002) e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (2003). Foi
investigador visitante na Universidade de Notre Dame (Indiana) nos dois
últimos anos e Monitor na Universidade de Aveiro entre 2002 e 2004.
Actualmente, é aluno de Doutoramento em Física na Universidade de
Aveiro e monitor da disciplina «Termodinâmica», no Departamento de
Física da UA.