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A cidade de Aveiro é sede de concelho e capital de distrito. A cidade tem actualmente cerca
de 25 000 habitantes (2001) e fica situada na foz do rio Vouga, que atravessa
o distrito, sendo banhada por este rio e pelo oceano Atlântico.
O concelho localiza-se na Região do Centro e do Baixo Vouga,
e abrange uma área de 199,9 km2, onde se distribuem 14 freguesias:
Aradas, Cacia, Eirol, Eixo, Esgueira, Glória, Nariz, Oliveirinha, Requeixo,
São Bernardo, São Jacinto, Vera Cruz, Santa Joana e Nossa Senhora de Fátima.
Em 2001 o concelho apresentava 73 335 habitantes.
Os afluentes do Vouga, do Sever, do Caima, do Antuã, do Alfusqueiro e do
Cértima, e ainda os rios Paiva e Arda, afluentes do Douro, são importantes
estradas líquidas do distrito, onde também se localiza a lagoa de Fermentelos,
com 4 quilómetros de comprimento e 2 quilómetros de largura.
O distrito de Aveiro está situado na província tradicional da Beira Litoral,
sendo limitado a norte pelo do Porto, a sul pelo de Coimbra, a leste pelo de
Viseu e a oeste pelo oceano Atlântico.
A orografia do distrito de Aveiro é formada pela cordilheira que separa as
bacias hidrográficas do Vouga e do Douro, passando entre os rios Paiva e
Vouga. Das suas serras devem notar-se as de Moldes e de S. Pedro Velho, esta
com 1080 metros de altitude. A altitude máxima do distrito verifica-se na
serra de Arade, com 1097 metros.
O distrito compreende 19 concelhos: Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia,
Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Feira, Ílhavo, Mealhada,
Murtosa, Ovar, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, São João da Madeira,
Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra.
Sede de concelho, comarca e diocese, Aveiro foi doada por D. João I ao Infante
D. Pedro e por D. João II à Infanta Santa Joana, sua irmã. Recebeu foral
manuelino em 1515 e foi elevada a cidade em 1759, no reinado de D. José I. A
diocese, criada em 1774, foi extinta em 1881, tendo sido restaurada em 1938.
São monumentos nacionais os antigos edifícios que foram conventos de Jesus e
das Carmelitas. No primeiro está instalado o Museu Regional. São também dignas
de visita a capela de S. Gonçalinho e as igrejas de S. João Evangelista, da
Misericórdia, de Nossa Senhora da Glória (Sé) e do Convento do Carmo, que foi
a capela do palácio do Duque de Aveiro. Existem muitos outros monumentos
importantes no distrito, como sendo o Mosteiro de Arouca, e a Igreja Matriz e
a Capela dos Passos, em Ovar.
O feriado municipal de Aveiro é no dia 12 de Maio.
No que respeita às festas, destacam-se o Cortejo de Entrega dos Ramos e a
Festa de São Gonçalinho, que se realiza em Janeiro na Capela de S. Gonçalinho,
cumprindo-se a tradição de se atirar grandes quantidades de cavacas doces da
cúpula da capela para a população.
A Festa da Ria ocorre em Julho ou Agosto, conforme as marés. Algumas das suas
atracções são a regata dos moliceiros, o concurso de painéis destes mesmos
barcos e as corridas de várias embarcações tradicionais.
As festas do município têm lugar no mês de Maio, tendo como realização mais
simbólica a Procissão da Padroeira Santa Joana Princesa.
Um elemento característico do distrito, ligado ao mar e à laguna, é o barco.
Um deles é o barco do mar, ainda usado em alguns concelhos, com quatro faixas
pintadas, cruzes e imagens na proa e o respectivo nome; outros barcos
característicos desta região são o moliceiro, o mercantel, as bateiras
murtoseiras e as bateiras erveiras.
Pode ainda ouvir-se contar algumas lendas, com destaque para a lenda do nome
de Albergaria-a-Velha, a lenda da Infanta D. Joana e as lendas da Senhora de
Vagos.
Esta é a região das típicas habitações de madeira com listas coloridas (Costa
Nova).
No distrito é possível encontrar vários trajes típicos, conforme os diferentes
concelhos. Em Ovar salienta-se o traje da "mulher do chapeirão", com saia de
lã preta, blusa de fazenda de lã com entremeios e peitilho pregueado, de
preferência branca. Sobre os ombros cai um lenço branco de cambraia ou de seda
natural. Na cabeça usa um chapeirão de grandes abas, com cordão. Veste capotão
de fazenda grossa preta com uma guarnição larga de veludo lavrado da mesma cor
e com um laço nas costas. Calça chinelas pretas de verniz e meias brancas
rendadas. O homem usa fato preto com colete, camisa branca de linho com
peitilho pregueado de cambraia e abotoadura de ouro. Usa um chapéu alto e
calça botas pretas de polimento.
O forte do artesanato de Aveiro é a cerâmica. Encontram-se outros produtos
provenientes de latoaria, ferro forjado, trabalhos em madeira, trapos, rendas,
bordados, cestaria, cangas pintadas e miniaturas de barcos de Estarreja,
esteiras de buinho, mantas, tapetes e barcos da Murtosa.
As suas mais importantes produções agrícolas consistem em cereais, frutas,
legumes e vinhos. É nesta zona que se encontra a importante região vinícola da
Bairrada. Constituem também notável riqueza regional a indústria pecuária,
especialmente de raça bovina, bem como as indústrias de lacticínios, de
montagem de automóveis, de produtos químicos e de cerâmica (Vista Alegre).
Atravessado pela famosa ria, parte da sua população está ainda ligada à pesca,
à navegação e, em menor número, à extracção de sal marinho.
De interesse turístico são: a ria, as praias (Espinho, Furadouro, Torreira,
Barra e Costa Nova) e as estâncias termais de veraneio (Curia).
A sua universidade, criada em 1973, é um pólo de atracção para os estudantes
das várias regiões do país, muito contribuindo para o actual desenvolvimento
da região.
Fonte do Texto: Aveiro. In Diciopédia 2005 (CD-ROM). Porto: Porto Editora, 2004.
Fotos de autoria própria