[15] Como o verbo ler atribui ¸-role externo, pro deve ser projectado em Estrutura-D, já que o ¸-role externo está previsto na grelha argumental do verbo.
[18] Ver por exemplo, Valois (1991), Cinque (1993), Brito (1993). Uma das consequências mais úteis desta estrutura é que com as posições de especificador de DP e NP, existem mais posições estruturais para dar conta de vários tipos de constituintes que podem ocorrer no interior do DP. Ver no entanto os desenvolvimentos apontados a seguir neste capítulo.
[19] Para Lobeck (1995), como vimos, o nome é basicamente engendrado como núcleo de NP, e desta posição pode, no decurso da derivação, ser regido por um núcleo funcional. A ideia de subida do nome para o sistema funcional é estranha ao modelo de Lobeck.
[20] Embora muitos modelos sugiram que os adjectivos podem ser adjuntos de NP ou de algumas das suas projecções funcionais (Valois 1991, Ritter 1991, Bernstein 1993 entre outros), esta proposta levanta inúmeras questões, nomeadamente em termos de concordância e de ordem de palavras.
[21] A existência desta projecção funcional é um dos factores que sugerem que existe um paralelismo entre o DP e a frase (CP) (é a tese central de Valois 1991, e uma sugestão do próprio Abney 1987). É referida esta simetria com evidência tanto em semelhanças estruturais (D corresponde a C, e há em ambos DP e CP uma categoria funcional de flexão: IP e NumP), como em processos sintácticos (movimento de núcleos N e V para ganhar flexão junto de um núcleo funcional).
[22] Outras propostas existem no sentido de considerar como projecções funcionais determinadas características dos nomes. É o caso, por exemplo, de Sánchez (1995), que propõe a projecção PredP em DPs com adjectivos restritivos, e de Brito & Oliveira (1995), que nos DPs com nomes eventivos sugerem a existência de AspP. Para Crisma (1995), todas estas projecções funcionais são genericamente designadas NomIP.
[23] Mas alguns destes constituintes legitimam nomes vazios, e outros não, sinal de que nem todos estarão em Dº. Ver adiante.
[24] No exemplo an alleged comunist, o significado do adjectivo altera o do NP de modo não intersectivo, e parece corresponder a uma estrutura em que NP é complemento do núcleo A.
[25] Bernstein (1993) chega a apresentar adjectivos considerados como núcleos (como mero p.51) que de facto bloqueiam o movimento de N. Sobre o ECP, cf. p.16
[26] Sánchez sugere também que a concordância afixada pelo nome é realizada pela incorporação de Agrº e Predº, que permite seguidamente ao NP verificar a sua flexão por Concordância Especificador-Núcleo.
[27] Bernstein (1993) propõe uma variação desta ideia na qual a maioria dos adjectivos pré-nominais são adjuntos de categorias funcionais intermédias. Em ambos os casos, a posição relativa correcta de adjectivos e nomes nas Línguas Românicas e nas Línguas Germânicas é obtida assumindo que nas Línguas Românicas ocidentais, mas não nas Línguas Germânicas, o nome sobe em Estrutura-S para um dos núcleos funcionais intermédios, atravessando algum adjectivo.
[28] A incorporação do nome em Numº não deixa de levantar alguns problemas. Sánchez (1995) faz notar que a subida de N para Numº está em contradição com dados como estes:
(i) Maria es una ladrona de joyas torpe (ii) ?? Maria es una ladrona torpe de joyas
Estes dados mostram que o núcleo Nº não sobe para Numº, já que não pode ser separado do seu complemento. Sánchez conclui que a posição pós-nominal de torpe não pode ser devida a um movimento de N. Cf. Também Lamarche (1991).

URL: https://sweet.ua.pt/fmart/tese/ch3/nt32.htm