[10] Quanto ao DP possessivo em Alemão, é idêntico ao do Inglês, em que D [+Possessivo] é realizado pelo afixo [-s]. Os determinantes possessivos, marcados por traços inerentes de pessoa, género e número, podem anteceder N e são incompatíveis com determinantes definidos, pelo que também devem ocupar D. Note-se que tanto D [+Possessivo] como determinantes possessivos podem ser seguidos de quantificadores indefinidos e numerais, o que vem confirmar que ocupam D em distribuição complementar:
(i) Marias wenige gute Buecher os poucos bons livros de Maria
(ii) Seine wenigen guten Buecher os seus poucos bons livros.
[13] No exemplo (27b), é o núcleo NUM, também marcado por traços fortes, que rege estritamente o complemento vazio.
[14] No caso dos DPs possessivos, ao contrário do Inglês, os determinantes possessivos em Alemão admitem complementos vazios, já que estão marcados morfologicamente por Caso, Género e Número assim como N, e podem pois legitimar e identificar NP vazios:
(i) Marias Autos und Peters Autos sind in der Werkstatt. Der Mechaniker hat ihre [e] schon repariert
O carro da Maria e o carro do Peter estão na oficina. O mecânico tem o seu [e] já pronto
O carro da Maria e o do Peter estão na oficina. O mecânico já arranjou o da Maria
Quanto aos DPs possessivos, a configuração é idêntica ao Inglês. O exemplo seguinte mostra que D [+Possessivo] é marcado por traços morfologicamente realizados, e é pois capaz de legitimar e identificar um NP vazio sob GTC:
(ii) Er las Marias Artikel, und ich will Johanns [e] lesen
Ele leu o artigo da Maria, e eu terei João [e] lido
Ele leu o artigo da Maria, e eu lerei o do João
[19] Os dados relativos ao Francês apontam para o facto de os traços em questão estarem em distribuição complementar: no caso de D, por exemplo, a presença de [+Plural] exclui [+Género], o que leva à inexistência, em Francês moderno, de Ds simultaneamente marcados por [+Plural] e [+Género], como se vê pelos paradigmas do artigo definido:
- le [-Plural] [+Género]; la [-Plural] [+Género]; les [+Plural] [-Género].
[23] Além disso, Lobeck faz notar que o indefinido un admite um complemento elíptico (seulement un [e] est intéressant), mas é também [-Plural] e [+Género]

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