-
A interpretação
genérica do SN definido
Fernando Martinho
(Departamento de Línguas -
Universidade de Aveiro)
-
- 1996
-
Copyright
- Indice
0. Introdução
1. A leitura genérica e a
questão da quantificação
1.1. Tipos de entidades genéricas
1.2. Genericidade e quantificação
1.3. Quantificação genérica
forte
1.4. Quantificação genérica
fraca
1.5. O problema da quantificação das
frases analíticas
2. Genericidade e ontologia
2.1. Os fundamentos ontológicos da
genericidade
2.1.1. Genericidade, intensão e
extensão
2.1.2. Definidos e indefinidos genéricos
2.1.3. Intensão, extensão e
conjuntos
2.2. O operador genérico de Carlson
2.2.1. A ontologia de Carlson
2.2.2. O operador Gn
2.3. Leitura intensional e leitura extensional da
descrição definida
2.3.1. Uma vaca, a vaca e as vacas
2.3.2. o intensional e os
extensional
2.3.3. o massivo, os contável
3. Genericidade e pragmática
3.1. Restrições pragmáticas do SN
genérico
3.2. Análise pragmática do artigo
genérico
3.3. Interpretação de um SN definido
4. Conclusão
Bibliografia
-
- Notas
-
- 0. Introdução
Por que razão em A vaca louca ameaça a
União Europeia, o SN sujeito é interpretado
como uma generalização, enquanto que o mesmo SN
em A vaca louca ameaça o João é
interpretado especificamente? No primeiro caso, a
descrição definida tende a apontar, não
para uma entidade objectivamente referenciada, mas para um
conjunto indefinido de entidades (referência de
espécie). No segundo caso, a referência aponta
claramente para determinada entidade, sendo a frase
interpretada como uma afirmação sobre uma vaca
particular (referência de objecto).
Neste texto, propõe-se analisar o comportamento dos
artigos no âmbito do SN genérico, e mais
precisamente o valor genérico dos artigos definidos.
Procurarei descrever a maneira como a descrição
definida, cuja referência implica em princípio a
unicidade, pode em certos casos assumir valores
genéricos, isto é, denotar um conjunto de
entidades como uma espécie, um grupo, um tipo, um
hábito, etc.
- Na primeira parte, aborda-se o problema da
relação entre genericidade e
quantificação: retomando a crítica
clássica feita ao quantificador universal, de ser ao
mesmo tempo demasiado forte e demasiado fraco, tenta mostrar-se
que a descrição definida genérica, embora
justifique a existência de um quantificador universal
fraco, que tende para a quasi-totalidade e o não
contingente, não pode ser limitada a uma análise
meramente quantificacional.
Na segunda parte, tenta resolver-se o problema da genericidade
através da análise, proposta por Carlson (1977,
1982), da relação entre ontologia e
referência genérica. Definidos os conceitos de
intensão e extensão e distinguidos os diferentes
tipos de genéricos, procura-se em seguida questionar o
papel dos artigos na aparição de referência
genérica num SN, e distinguir claramente os
genéricos definidos e os genéricos indefinidos.
Discute-se a seguir a hipótese, formulada por Martin
(1986), de haver necessidade, na descrição
definida, de distinguir entre o artigo definido singular e o
artigo definido plural, sendo o primeiro um genérico
intensional e o segundo um genérico extensional.
Na terceira parte, aborda-se a ideia, avançada por
Declerck (1991), de que o problema da genericidade não
é exclusivamente semântico, havendo
que o formular em termos semântico-pragmáticos.
Sendo assim, o funcionamento do valor genérico dos
artigos pode ser melhor entendido se se definirem algumas
restrições pragmáticas ao seu uso.
1. A leitura genérica e a questão da
quantificação
-
-
-

-
-
Para continuar, introduza uma
senha
- Pour continuer, tapez un mot de
passe
- To keep reading, type a
password
-
- Login:
semag
-
URL:
Last modified:
21-Mar-00