2.Construção partitiva e
genericidade
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- 2.1.A ambiguidade da construção
partitiva
2.2.Partitivo e genérico
2.3.Operações genéricas sobre
partitivos
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3.A construção partitiva e a
expressão do tempo
4.Marcas casuais na construção
partitiva
-
- 4.1.O caso genitivo
4.2.O caso partitivo
4.3.construção partitiva e silepse
-
5.Partitivo e lógica
-
- 5.1.Intensão e extensão do partitivo
- 5.2.Partitivo e implicatura
- 5.3.Partitivo e pressuposição
5.3.1.Relação com a descrição
definida
5.3.2.Existência e unicidade
6.Conclusão
-
7.Bibliografia
-
Notas
0.Introdução
- A construção partitiva levanta problemas de
vária ordem, a começar pela existência de
uma grande diversidade de formas e de
interpretações, ligadas à diferença
notável de leitura que algumas das estruturas a incluir
na construção partitiva implicam. Todas estas
estruturas são sintacticamente próximas, mas
são semânticamente distinctas.
- O plano do presente trabalho é o seguinte: na
primeira parte, começa-se por reflectir sobre a
relação entre partitivo e
quantificação, relação essa que
parece óbvia. Nessa perspectiva, teremos a
possibilidade, através da semântica da
construção partitiva de Peres (92), de assinalar
uma diferença semântica capital para a
quantificação partitiva: a
quantificação de contagem e a
quantificação de medição .
Esta última distinção servirá tanto
para a divisão entre partitivo e colectivo (Michaux
(92), Lopes (sd)), como para a introdução da
teoria básica do dóminio da
partição dos massivos: a mereologia.
- Na segunda parte e na terceira, procura-se insistir sobre
algumas características da construção
partitiva, nomeadamente a sua relação com a
generalização (frase e nome genéricos -
Martin (83), Lopes (92)) ou com a expressão do tempo
(frases com ancoragem temporal - Anscombre (96)).
Na quarta parte, apresentam-se alguns modelos formais sobre a
estrutura da construção partitiva, referindo a
existência de atribuição de um caso de tipo
genitivo, e salientando a relação gramatical
ambígua entre partitivo e silepse (Brito (88), Hulk
(96)).
Na quinta parte, procura-se reflectir brevemente sobre a
lógica da construção partitiva (Lopes,
sd), sugerindo-se que o partitivo se relaciona com a
implicatura e a prossuposição (Hawins (91)) e com
a distinção entre extensão e
intensão (Wilmet (83)), e que mantem com a
descrição definida uma relação
ambígua
Por fim, dá-se uma conclusão e a
bibliografia.
1. A construção partitiva
e a quantificação
Do ponto de vista semântico, uma proposta interessante
sobre a construção partitiva é a de Peres
(92), que subordina a noção de
construção partitiva ao conceito semantico de
quantificacão contínua e domínios de
quantificação 1.
O referido texto mostra que não é possível
una interpretação uniforme da chamada
construção partitiva. Peres mostra que se devem
assumir dois pressupostos:
(i) a existência de dois tipos básicos de
quantificação nominal - a
quantificação de contagem
(absoluta e relativa) e a quantificação de
medição (absoluta e relativa);
(ii) a introdução, na classe dos nomes, de
subclasses de nomes de referência dependente (ou
geradores de referência) e de nomes de
referência autónoma.
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