Moimenta da Beira

O confronto natural entre a paisagem agreste e imponente da serra e os deslumbrantes cenários da zona ribeirinha da Albufeira do Vilar atraíram, ao longo dos séculos, ao concelho de Moimenta da Beira, povos pré-históricos, civilizações castrejas, romanos e arábes.

Povos cuja passagem testemunham ainda hoje as formas dos gigantescos penedos e fragas da Serra da Nave e as necrópoles e dólmens encravados no solo árido dos montes circundantes.
Fidalgos como D. Egas Moniz, responsável pela formação da vila no longínquo século XIII ou Fernão Mergulhão, fundador do Mosteiro feminino de Nossa Senhora da Purificação, enriqueceram as ruas e praças da vila com solares majestosos e casas apalaçadas. As mesmas que encantaram Aquilino Ribeiro e que vivem eternizadas nas páginas dos seus contos e histórias.

Pela estrada fora, adivinha-se facilmente a razão da fama da gastronomia e do artesanato destas gentes beirãs, ao contemplar os longos pomares de maçã, os campos de batata e cereais, recortados entre pastos verdes, abundantes em gado e rebanhos de ovelhas. 

Nas aldeias em redor, as mulheres tecem mantas e capuchas, cozem o melhor pão regional para acompanhar o cabrito assado e os enchidos que nas festas populares enchem a mesa, ao lado das trutas do Vilar, dos doces conventuais e do vinho "Terras do Demo". Os homens dividem os dias entre o trabalho do campo, o artesanato, a pesca e a caça, tirando proveito dos bens que a natureza generosamente lhes doou ao dotar o concelho de extensos vales e rios de límpidas águas. Dedicam-se aos trabalhos da latoaria e da ferraria muitas vezes depois de repasto de trutas com presunto, coelho à caçador ou míscaros com coelho bravo, haveres trazidos para casa depois de mais um dia passado nos montes circundantes.

 

 

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