Armamar
Entre o Douro e as terras da Beira,
próspera Armamar, na encosta de um monte a cerca de quinhentos metros de
altitude. Em torno da colina, despontam as suas freguesias rústicas, entre
fileiras de socalcos, que descem em direcção ao rio ou pelo meio dos longos
pomares de maçã, na outra extremidade do monte.

Os seus pergaminhos contam histórias
de árabes e cristãos, de vultos como D. Afonso Henriques, o primeiro Rei
português e o seu aio D. Egas Moniz, responsável pela construção da bela Igreja
Matriz no século XIII, supostamente com as pedras do velho castelo para sempre
extinto. Vila e sede do concelho desde o século XII, só por volta de quinhentos
recebe foral novo da mão de D. Manuel II.
Exímios agricultores e pacientes artesãos, os
homens e as mulheres do concelho de Armamar continuam estação após estação, a
tratar da vinha, a secar a amêndoa, a colher os figos e as laranjas e a
transformar as negras azeitonas em azeite do Douro.
As extensões de medronheiros
ocupam também os seus dias, não fosse esse fruto vermelho de sabor agridoce,
também uma fonte de sustento das populações, geralmente aproveitado para o
fabrico do álcool. Os serões são passados ao calor da lareira ou à soleira,
tecendo a lã, trabalhando cestas de vime, moldando o metal ou construindo pipos
e calçado de madeira.

Herdeiros da coragem, do saber e da disciplina dos seus antepassados, as gentes de Armamar, são gente de trabalho, mas também de devoção e festa. Em Agosto, aventuram-se monte acima até S. Domingos do Fontelo, um sublime miradouro sobre o Vale, para rezar na capela do santo e saborear a merenda de cabrito assado, o mais famoso da Região, regado com o melhor vinho do Douro e do Porto.
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