SAXOFONE
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Instrumento
de sopro, fabricado em metal mas genericamente pertencente à família das
madeiras, uma vez que a emissão do som se faz através da vibração de uma
palheta simples (normalmente de bambu) presa numa boquilha semelhante à do
clarinete e a articulação dos vários graus tonais se faz através da
utilização de um mecanismo de chaves semelhante ao da flauta transversal. Possui
26 orifícios accionados por 23 chaves (instrumentos mais actuais) com
sapatilhas de couro ou outro material similar. O formato é praticamente idêntico a todos, sendo de forma similar a um cachimbo ou ainda recto. Os mais usados são os saxofones soprano, alto, tenor e barítono, existindo, contudo, outros.
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Alguns dados sobre o seu criador
A
história do saxofone remete-nos para um período temporal de cerca de 150
anos. Apesar de parecer muito tempo, a verdade é que o saxofone é um dos
instrumentos mais recentes do espectro musical. Foi
inventado por Antoine Joseph (Adolphe) Sax, daí a origem do seu nome. Sax
era um músico talentoso e um exímio fabricante de instrumentos musicais. Sax, de
origem judaica, cresceu num meio ligado ás artes em geral e à música em
particular; o seu pai era um conceituado fabricante de instrumentos musicais
e aos 6 anos de idade o próprio Sax era já um expert na matéria.
Inteligente e extraordinário músico, Sax apercebeu-se da disparidade
tímbrica entre os instrumentos de corda e os de sopro e, entre estes, entre
os de madeira e de metal. As cordas eram "abafadas" pelos instrumentos de
sopro e as madeiras eram "abafadas" pelos metais. Sax lembrou-se de criar um
instrumento que fizesse "a ponte" entre estas 3 famílias de instrumentos,
surgindo assim um instrumento com o "corpo" de um instrumento de metal e o
bocal/boquilha de um instrumento de madeira; e assim nasceu o saxofone! Apesar
de ser de metal, o saxofone pertence à família das madeiras. Isso ocorre
porque ele combina na sua construção a palheta simples, com a boquilha como
o clarinete, e o corpo cónico do oboé, com o interessante mecanismo de
chaves da flauta moderna, introduzido por Böehm, em 1847. Uma classificação
mais interessante para esses instrumentos de sopro hoje seria: instrumentos
de chaves. O
saxofone foi patenteado em 20 de Março de 1846 e desde então tornou-se um
instrumento indispensável em qualquer tipo de agrupamento musical devido à
sua versatilidade e beleza tímbrica. O
primeiro saxofone, afinado em Dó (grave) foi apresentado pela primeira vez
em 1841 ao compositor francês Hector Berlioz, que ficou fascinado com o
timbre, versatilidade e mecânica do instrumento. No ano seguinte, Sax
mudou-se para Paris para dar a conhecer a sua invenção. Uma inteira família
de saxofones surge nesta altura – 14 ao todo – de diferentes tamanhos e
afinações. Só a
partir de 1845, porém, o saxofone é introduzido de modo generalizado nas
bandas, e tal fenómeno tem por base uma história curiosa: Por volta desse
ano (1845) as bandas militares francesas ainda usavam o instrumental
tradicional das orquestras, sem saxofone. Sax resolveu então apresentar um
desafio – colocar frente a frente, em despique, 2 bandas, uma com saxofones
e outra com o instrumental tradicional. Reza a história que o sucesso
estrondoso que obteve a banda de Sax, com 28 músicos ( a banda militar
francesa tinha 35) foi de tal ordem, que nesse mesmo dia o saxofone foi
introduzido oficialmente no instrumental das bandas militares francesas.
Daqui até à sua generalização pelas bandas de todo o mundo foi apenas um
pequeno passo. O
saxofone aparece pela primeira vez na orquestra em 1846. No início do Século
XX, alguns compositores escreveram solos para saxofone e orquestra como a "Rhapsody"
(1903) de Claude Debussy e a "Fantasia Para Saxofone Soprano e Orquestra" de
Heitor Villa Lobos. Villa Lobos escreveu ainda diversas peças para câmara,
onde aparece o saxofone como os Choros #3, 6, 7, 8, 10, 11 e 12 Muitos
compositores começaram entretanto a compor para saxofone, mas seriam
necessários mais 75 anos para que o saxofone começasse a ser usado em
estilos musicais mais populares como, por exemplo, do domínio da música de
dança. Para ser
usado nestes novos domínios de expressão musical, o saxofone teria que ser
"adaptado" ou modificado de modo que o seu timbre melancólico, suave e
balanceado pudesse "competir" com o som mais estridente e agreste dos
trompetes, com o ruído das percussões e com os ambientes acústicos próprios
dos locais onde a música era tocada. Assim, a boquilha do saxofone foi
encurtada e tornada mais rectilínea, conferindo ao timbre do instrumento
novas propriedades. O jazz tornou-se, desde então, o meio por excelência de
rentabilização do potencial tímbrico deste instrumento. Hoje em
dia, quase ninguém fica indiferente ao som do saxofone e toda a gente, mesmo
aqueles que não estão ligados ao meio musical, consegue reconhecer o seu som
único! Apesar de na música erudita e sinfónica o saxofone não se apresentar
com papel de destaque, é usado em quase todos os domínios e formas de
música, desde o Jazz à música de dança, passando pela música filarmónica,
étnica, etc. Nas
bandas filarmónicas, é comum encontrarem-se 4 tipos de saxofones que são os
mais populares hoje em dia, dado que dos 14 modelos apresentados por Sax
apenas alguns sobreviveram. Os
saxofones que se encontram nas bandas filarmónicas hoje em dia são: O
Saxofone Alto (afinado em Mi b) cuja acção é essencialmente melódica, o
Saxofone Tenor (afinado em Si b) cujo som grave se presta a uma utilização
mais harmónica/contra-melódica, o Saxofone Soprano (afinado em Si b) cujo
tímbre mais "metálico" o leva a uma utilização frequentemente em uníssono
com os metais (nomeadamente trompetes) e o Saxofone barítono (afinado em Mi
b) que, sendo dos instrumentos que actuam no registo mais grave, se juntam
às tubas e contra-baixos na sustentação harmónica das obras musicais. |