Jornal de Notícias, 5/08/2001

Estação arqueológica em 2002

 

AUGUSTO SEMEDO

 

A Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga, em Águeda, pode ser aberta ao público no próximo ano, anunciou o arqueólogo responsável pelas escavações, Fernando Silva, durante a visita efectuada por autarcas de Águeda ao local.

Para que tal seja possível, "terão que ser revistos os acessos à estação arqueológica" e "criar passagens pedestres para que os locais preservados não sejam violados", disse o arqueólogo.

Núcleo para objectos

Outro dos investimentos previstos passa pela construção de um núcleo museológico, onde ficarão patentes os objectos encontrados, por enquanto em fase de anteprojecto.

Actualmente, os trabalhos de limpeza e escavações da estação têm uma extensão que ronda os 600 metros, numa área total de dois hectares. Há dias, vários estudantes, oriundos da cidade espanhola de Pontevedra (Galiza), de Tomar e, também de Águeda, integrados num campo de férias, contribuíram para a intensificação dos trabalhos. 

Entre dois rios

Situado entre dois rios - Vouga e Marnel - e terras alagadiças, o Cabeço do Vouga reúne vestígios que permitem aos especialistas concluir a sua ocupação desde a Idade do Bronze até à Idade Média.

Contudo, presume-se que terá sido durante a Idade do Ferro e a época romana que mais expressiva se terá tornado a ocupação do cabeço do Vouga, a julgar pela abundância de vestígios destas duas épocas.

Os trabalhos arqueológicos começaram em meados dos anos 40, mas só a partir da última década os estudos foram retomados de forma sistemática.