SOBERANIA DO POVO, 12 de Fevereiro de 1999


POLÍTICA: Partido Popular visitou património arqueológico do concelho

CABEÇO DO VOUGA NÃO TEM MANUTENÇÃO NECESSÁRIA

Organizado pelo Partido Popular de Aveiro, Comissão Política Distrital, Comissão Política Concelhia de Águeda e deputados eleitos pelo distrito de Aveiro, decorreu na passada segunda-feira, dia 8, uma visita ao concelho de Águeda com o objectivo de proceder ao levantamento das potencialidades arqueológicas do concelho.

Com este périplo pelo concelho, com início na Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga, seguindo-se um conjunto de deslocações à Ponte do Marnel, Panteão Duarte Lemos, Parque de Alta Vila e Capela das Almas de Areosa, o PP pretendeu "levantar um conjunto de questõs sobre patrimânio arquelógico, bem como suscitar um conjunto de políticas a nível local, regional e nacional com vista à sua correcta identificação, preservação e promoção a todos os níveis".
Na Estação Arqueológica de Cabeço do Vouga, classificada como Imóvel de Interesse público, Fernando Siva, responsável pelas escavações, referiu que "a manutenção não é a ideal", anunciando que “a partir deste ano, vai tudo ser coberto com estruturas aéreas fixas, o que vai permitir um trabalho em continuidade”.A Estação Arqueológica distribui-se por duas cumeadas: o Cabeço Redondo e o Cabeço da Mina, no primeiro caso, resultado do acidente natural, no segundo pela existência de uma mina ou cisterna.
Fernando Silva referiu-se ainda às escavações arqueológicas efectuadas, as primeiras em 1941 sob a direcção de Rocha Madahil e Sousa Baptista, um proprietário da região que apoiou financeiramente o projecto. O material destas escavaçoes encontra-se algum no Museu de Aveiro, outro desapareceu. Após décadas de abandono segundo Fernando Silva, reiniciou-se, em 1996, o estudo desta Estação Arqueológica com o apoio da Câmara Municipal de Águeda e inicialmente, do IPPAR, através da Direcção Regional de Coimbra. Ainda segundo o responsável pela escavações, apesar da Câmara estar a proceder à compra dos terrenos em volta, as árvores plantadas constituem uma terrível ameaça. Das escavações têm aparecido sobretudo, cerâmicas, fragmentos de peças em bronze e contas de colar.
Rui Marques, deputado da Assembleia da República, felicitou a Câmara Municipal “pelo empenho que está a colocar nestes trabalhos", no entanto, referiu que “deveria ter sido feito há mais tempo”.“Águeda tem queixas de que não está no mapa em termos políticos, inclusivamente, do próprio poder", referiu Jorge Lima, vice-presidente da Comissão Política distrital do CDS/PP, acrescentando que “Águeda pode estar no mapa, bastava que esta esta-ção fosse uma prioridade do poder local e tivesse o apoio do poder nacional”. “Entendemos, no entanto, que alguma coisa falha quando isto anda tão lentamente”, concluiu Jorge Lima.