SOBERANIA DO POVO, 10 de Fevereiro de 1995 

Cabeço do Vouga (Lamas) 

ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA É DE INTERESSE PÚBLICO 

A Câmara Municipal de Águeda esteve ontem (dia 9) reunida com o Instituto Português do Património Arqueológico (IPPAR), para definir a estratégia a seguir relativamente à estação Arqueológica do Cabeço do Vouga. 

"Recuperar e valorizar" o local terá sido o tema da reunião, sugerida pela Câmara Municipal, sensível à importância da estação - cujas escavações começaram no príncipio da década de 40, a cargo de Rocha Madaíl, com o apoio financeiro de Sousa Batista. Os vestígios na altura postos a descoberto estão agora tapados por eucaliptais e plantas típicas de mato, apesar de uma limpeza feita em 1992, por uma equipa liderada pelo museu da Palhaça. 

Os vários alertas feitos no sentido da sua recuperação não tiveram eco suficiente e, desde a década de 40, que as escavações estão paradas. Recentemente, o director do Museu Etnográfico do Vouga reclamou a sua classificação como monumento nacional, considerando que se trata de "um achado de riqueza arqueológica ímpar". "Estamos na presença de uma achado arqueológico que merece a continuação das escavações e um estudo adequado, para sua necessária e cuidada preservação", comentava José Maria Marques, o director do Museu Etnográfico. 

O que se sabe, para já, segundo Artur Corte Real, do IPPAR, é que a estação está classificada como "imóvel de interesse público". Já desde 1947. 

Agora, ainda segundo Corte Real, "tudo depende da reunião com a Câmara Municipal" - a que terá decorrido ontem, já depois do fecho desta edição. "Vamos discutir o assunto e avançar com alguma solução, no sentido de recuperar e valorizar a estação. Mas, não tenhamos ilusões, será tarefa muito difícil, devido à sua tipologia", acrescentou Corte Real, frisando, porém, que "a definição da estratégia não competirá ao IPPAR, mas principalmente à Câmara Municipal, caso entenda intervir". E entende, como SP já noticiou. Daí, a reunião de ontem.