The Effects of Acoustic Stimulation on Comatose Patients (A Influência da Estimulação Auditiva na Pessoa em Coma)

João Filipe Simões, Luís Jesus, David Voegeli, Celso Martins, Fernando Rua and José António Pinho

PhD Project

English

This study aimed to understand the effects of auditory stimulation with an unknown and familiar voice in the patient in coma. The literature review on verbal communication in intensive care and subsequent content analysis were used to construct the stimulus message which was refined and validated by an expert group. This message consists of three parts: presentation and orientation, information and functional assessment and stimulation, which was the basis recording for the stimulus messages. The Coma Recovery Scale – Revised was translated, adapted to the Portuguese reality and converted into the ICNP® language resulting in the Instrumento de Avaliação da Recuperação do Coma da Universidade de Aveiro (IARCUA), which was subjected to reliability tests.

The study of the influence of auditory stimulation was performed with a sample of 10 coma patients from the Intensive Care Service of the Hospital de Santo António - Porto, in the year of 2009, selected using IARCUA and auditory evoked potentials of the brainstem. A significant person was selected using sociometric tests. The total time of data collection was 45 minutes divided equally by three periods: pre-stimulation, stimulation and post-stimulation. The electrocardiographic signal, curve of arterial pressures and pulse plethysmography and parameters of heart rate, systolic, diastolic and mean arterial pressure, body temperature and oxygen saturation level, were recorded using Datex-Ohmeda S/5 Collect. Statistical and clinical data analysis was performed for the periods of stimulation and phases of the stimulation message, applying statistical tests and an analysis based on a criterion of clinical relevance.

The results showed that the stimulation with an unknown and familiar voice generated an increase in heart rate values and in the values of arterial pressure. This was corroborated by the analysis of monitorised curves. However, for a familiar voice the values of these parameters continued to increase post-stimulation, which revealed that participants developed episodes of separation anxiety. No changes in body temperature occurred during the stimulation.

When the phases of the stimulus message were analysed, during the stimulation with an unknown voice, the functional assessment and stimulation phase showed a larger variability in the values of heart rate, arterial pressure and oxygen saturation level. This was corroborated by the analysis of the curves. Stimulation with a familiar voice resulted in greater changes for the same parameters during the functional assessment and stimulation phase and participants also presented relevant change during presentation and orientation phase.

Portuguese

Este estudo teve como finalidade compreender os efeitos da estimulação auditiva com uma voz desconhecida e familiar, na pessoa em coma nos parâmetros e curvas monitorizados em ambiente de cuidados intensivos. A revisão da literatura acerca da comunicação verbal em cuidados intensivos e consequente análise de conteúdo foi utilizada para construir a mensagem estímulo, que foi refinada e validada por um grupo de peritos. Esta mensagem é constituída por três partes: apresentação e orientação, informação e avaliação funcional e estimulação, e serviu como referência para a gravação das mensagens no estudo que se seguiu. Neste estudo também foi traduzida, adaptada para a realidade Portuguesa e convertida em linguagem CIPE® a Coma Recovery Scale – Revised, que deu origem ao Instrumento de Avaliação da Recuperação do Coma da Universidade de Aveiro (IARCUA), que foi sujeito a testes de fiabilidade.

O estudo da influência da estimulação auditiva foi realizado com uma amostra de 10 pessoas em coma internadas no Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António, no ano de 2009, sendo a selecção baseada numa avaliação preliminar através do instrumento referido e avaliação dos potenciais evocados auditivos do tronco cerebral. A pessoa significativa foi seleccionada através da aplicação de testes sociométricos. O tempo total de recolha de dados foi de 45 minutos distribuídos equitativamente por três períodos: pré-estimulação, estimulação e pós-estimulação. Os valores recolhidos foram os das curvas de ECG, das pressões arteriais e pletismografia de pulso e dos parâmetros de frequência cardíaca, pressão arterial sistólica, diastólica e média, temperatura corporal periférica e saturação parcial de oxigénio, utilizando-se o programa Datex-Ohmeda S/5 Collect para o efeito. A análise estatística e clínica dos dados, foi realizada por períodos de estimulação e fase da mensagem estímulo, aplicando-se testes estatísticos e uma análise baseada em critérios de relevância clínica.

Os resultados demonstraram que na estimulação com uma voz desconhecida se verificou um aumento dos valores da frequência cardíaca, dos valores das pressões arteriais sistólicas, diastólicas e médias, na transição entre os períodos de pré-estimulação e estimulação e que estes valores tendem a normalizar quando termina a estimulação. Estas alterações foram corroboradas pela análise dos intervalos RR e da curva de pressões arteriais. Em relação à estimulação com uma voz familiar, as pessoas também reagiram aquando da estimulação com aumento dos valores da frequência cardíaca e dos valores das pressões arteriais sistólicas, diastólicas e médias. No entanto em alguns casos verificámos que os valores destes parâmetros continuaram a aumentar no período de pós-estimulação, o que revela que os utentes desenvolveram episódios de ansiedade de separação. Relativamente à temperatura corporal periférica, em ambos os casos, não verificámos alterações aquando da estimulação.

Relativamente às fases da mensagem estímulo, durante a estimulação com uma voz desconhecida, os participantes apresentaram uma maior variabilidade nos valores da frequência cardíaca, pressões arteriais sistólica, diastólica e média e saturação parcial de oxigénio na fase de avaliação funcional e estimulação. Esta constatação é corroborada pela análise das curvas monitorizadas. Em relação à estimulação com uma voz familiar, além de reagirem nos mesmos parâmetros com maior intensidade na fase de avaliação funcional e estimulação, os participantes também reagiram de forma relevante na fase de apresentação e orientação.

photo
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Last updated 12/12/2011
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Luís Miguel Teixeira de Jesus

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