|
|
Memórias na minha Cidade |
     
|
Lazer Na falta de discotecas e outros divertimentos que hoje se encontram à disposição de todos, havia que ter um pouco mais de imaginação para passar o tempo livre. 6. O Jardim do Museu de Santa Joana
O cinema era uma das opções mais concorridas e para isso dispúnhamos de duas salas de espectáculo: o vetusto Teatro Aveirense e o Cine-Teatro Avenida. Nesta época, assistiam-se a situações caricatas como a exibição de um filme sobre a maternidade não poder ser visto por menores de 21 anos. Faziam questão de, por exemplo, não deixar assistir uma mulher de 20 anos, mãe de três filhos. É caso para dizer que a experiência não é um factor abonatório!
No lago do Parque andava-se de barco a remo (quando havia dinheiro) ou à vara (recorrendo às canas da índia do caniçal contíguo e quando o Ti Adriano andava distraído). O Ti Adriano era o guarda do Parque que nos refreava nestes nossos impulsos juvenis. Quando nos apanhava…
O parque infantil era também alvo privilegiado da vigilância do Ti Adriano, até porque era necessário pagar 10 tostões para dele usufruir. Aqui teria que haver sempre alguém nos baloiços (nível de visão superior) para controlar as movimentações do guarda e poder atempadamente avisar quem se divertia ao nível do solo nos escorregas, cavalinhos, etc, de forma a puder retirar-se estrategicamente antes da sua chegada.
Um dos locais que usávamos para escapar a este diligente zelador era a gruta por baixo da escadaria principal.
Na falta de piscinas, era no Poço de Santiago (viveiro desactivado que alimentava as marinhas de sal anexas) que se aprendia a nadar uns com os outros, ou os mais privilegiados, pelas mãos do “Atita” ou do Sr. Naia.
Para a praia íamos de autocarro, de certeza, quando havia dinheiro. A alternativa era a boleia mas quando esta tardava, tínhamos sempre a possibilidade de dar uns mergulhos na ria ou no Poço de Santiago. Falo aqui na praia da Barra pois era esse o nosso destino de eleição.
Durante o período de 25 de Março a 25 de Abril a Feira de Março, pela variedade de diversões e por ser um evento marcante na cidade, remetia para segundo plano todos os outras actividades. Inicialmente, a feira realizava-se no actual Rossio, passando posteriormente para o Cais da Fonte Nova (junto à antiga Fábrica Campos).
6. O Jardim do Museu de Santa Joana O Jardim do Museu de Santa Joana funcionava como local privilegiado para ponto de encontro a fim de partirmos para as nossas “pequenas” aventuras.
A lota foi o local escolhido para as nossas pescarias. Depois de apanharmos a isca, serradela quando a maré estava vazia e cabra nas comportas dos viveiros, aqui sob risco de sermos apanhados e levarmos também algumas “solhas”.
|
|
©M.L.2000
©M.L.2000
