Nomes nulos e adjectivos discretos:
condições de legitimação e identificação
 
Fernando Martinho
(Departamento de Línguas - Universidade de Aveiro)
 
 

«Rien n'est ellipse, les signes restant toujours adéquats à ce qu'ils expriment.»

Saussure

Copyright
 
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Índice:
0. Introdução
1. Algumas questões prévias
1.1. A elipse nominal é um pronome vazio
1.2. Sobre a estrutura interna do SN
2. Aspectos da sintaxe do adjectivo
3. A sintaxe da elipse do nome
3. 1. A legitimação de pro elíptico
3.2. Outros legitimadores do nome elíptico
4. Identificação do nome elíptico
4.1. Elipse e simetria
4.2. Elipse e léxico
5.Conclusão
Notas
Bibliografia
 

 
0. Introdução
 
Este trabalho pretende analisar a sintaxe das construções envolvendo um nome elíptico em contexto adjectival em frases extraídas do Português e do Francês.(1)
Vejamos nessas duas línguas alguns exemplos preliminares ([e] assinala a elipse):
 
(1)
a. Embora todos os concorrentes estivessem preparados, [alguns/estes/os nossos/os Portugueses/*os [e]] desistiram devido ao calor intenso.
b. O livro verde e [o [e] vermelho] tÍm sensivelmente o mesmo preço
c. * O livro verde e [o [e] interessante] tÍm sensivelmente o mesmo preço
 
(2)
a. Bien que les coureurs soient bien préparés, [plusieurs/les français//*ces/*nos/*les [e]] ont abandonné
b. J'ai acheté les livres français et [les [e] anglais]
c. * J'ai acheté les livres français et [les [e] chers]
 
Os casos de elipse do nome exemplificados levam a dois tipos de observações. Em primeiro lugar, a ausência do nome parece poder ser atribuída à presença de determinado elemento, devendo no entanto essa relação ser definida, já que produz nas duas línguas resultados diferentes (1.a) (2.a). Em segundo lugar, alguns adjectivos presentes autorizam a elipse do nome quando associados preferencialmente a determinados outros (compare-se 1.b.c ou 2.b.c), o que levanta a questão da identidade dos pares realizados.
Para comentar os casos apresentados, precisamos, em primeiro lugar, de referir brevemente o estatuto sintáctico da elipse do nome. Haverá também que esclarecer alguns aspectos da sintaxe do adjectivo, e, mais geralmente, da estrutura interna das expressões nominais, de modo a poder, por fim, fornecer um quadro estrutural/nocional para as elipses nominais com adjectivo.
 
1. Algumas questões prévias
 
1.1. A elipse nominal é um pronome vazio
 
A questão preliminar levantada pela noção de elipse do nome tem a ver com a sua identidade categorial. Até Rizzi (1986), assume-se que as condições de boa formação da estrutura de constituintes são sempre condições de identificação suficientes. As propostas de Rizzi apontam no entanto para a possibilidade de os pronomes vazios de tipo pro verificarem condições distintas de legitimação e identificação, que requerem que a posição e o conteúdo do pronome sejam recuperáveis do contexto sintáctico local. O legitimador formal de pro é habitualmente um núcleo específico, e o seu identificador é um elemento local com determinados traços. (Cf Rizzi 1986).
A ideia de legitimação e identificação de categorias vazias pronominais de tipo sujeito nulo pode servir de base, na TRL, ao tratamento da elipse do nome. O constituinte elíptico aparenta relacionar-se com um pronome vazio, em termos de legitimação e identificação.(2) No caso seguinte, o elemento vazio aponta claramente para uma categoria nominal anteriormente realizada, propriedade típica dos pronomes:
 
(3) O carro verde é da Joana, mas [o [e] branco] não é.
 
Como identificar [e] em (3)? O problema seria resolvido se a elipse de 'carro' fosse considerada uma forma de pronome, o que permitiria concluir que elipses e pronomes são legitimados do mesmo modo. (Cf Lobeck 1995, Kester 1996). Tal como o pronome sujeito nulo, a elipse pode pois ser considerada tipologicamente um caso de pro [-anáfora, +pronome], com base na tipologia das categorias vazias. De acordo com esta análise, vou adoptar na sequência deste trabalho a ideia de que aquilo que é tradicionalmente designado elipse do nome é na verdade uma categoria vazia de natureza pronominal pro, e como tal, o que é aqui crucial é perceber que mecanismo identifica e legitima o seu conteúdo em contexto adjectival.
 
 
1.2. Sobre a estrutura interna do SN
 
Para a estrutura de SN apresentada, baseio-me na hipótese DP, proposta por Abney (1987) para incorporar o SN na Teoria X-barra, e ainda em Brito (1993), Cinque (1993), Kester (1996) Sleeman (1996). Estas propostas apontam para a existência de várias projecções funcionais acima de NP, e sugerem a ideia de um movimento do nome para esse sistema funcional. Entre as projecções funcionais consideradas, destacar-se-ia NumP, portadora do traço morfológico [±Num], e para o núcleo da qual o nome se move para verificar a sua flexão. Devem ainda ser consideradas as projecções funcionais DP, cujo núcleo Dº é ocupado em princípio por artigos, e QP, em especificador de uma projecção funcional relacionada com o traço [±quant].
Nesta proposta, os adjectivos serão também especificadores de categorias funcionais, e não, como defendem Abney (1987), Valois (1991) ou Bernstein (1993), núcleos entre D e N. Esta última análise levanta dúvidas, já que, se os adjectivos fossem núcleos no DP, o movimento de N para NumP violaria o ECP -o estatuto de núcleo adjectival no interior de DP parece incompatível com a ideia de movimento de N. Em alternativa, Cinque (1993) considera que os adjectivos serão especificadores de projecções funcionais situadas acima de NP. Este modelo é válido para os adjectivos internos3 do DP, podendo assumir-se que estão sempre em posição [Spec,XP], em que X domina SN. Esta proposta explica-se pelas fortes restrições que existem sobre a ordem relativa dos adjectivos e pela existência de um limite máximo de adjectivos dentro do DP, que sugerem que existe respectivamente uma hierarquia e um número máximo de categorias funcionais onde os adjectivos são engendrados (Cf. Cinque 1993).
Sendo pois NumP uma projecção funcional apta a receber o nome, Nº move-se em sintaxe explícita para Numº, havendo verificação de traços por Concordância Núcleo-Núcleo e por Concordância Especificador-Núcleo. Neste quadro, em que os adjectivos são considerados especificadores funcionais do nome, a existência de adjectivos pós-nominais explicar-se-ia pelo movimento explícito de N nas Línguas Românicas, o que daria conta da posição final do núcleo nominal relativamente a adjectivos atravessados nesse movimento (Cf infra).
 
 
Dá-se a seguir uma representação simplificada do DP, em que XP representa uma projecção funcional genérica:
 
(4)
 
Neste trabalho, proponho que o mecanismo da elipse do nome pode provavelmente ser captado dentro de um modelo de projecção alargada da categoria nominal. O nome nulo pode ser sistematicamente analisado como complemento de uma categoria funcional SX.
 
 
2. Aspectos da sintaxe do adjectivo
 
A estrutura interna do DP levanta, entre muitas, a questão sensível da ordem entre o nome e os adjectivos, ou, do ponto de vista da estrutura, entre o SN e as categorias SA. Essa relação envolve problemas de sucessão de palavras e questões de adjacência a N, como se ilustra a seguir:
 
 
(5)
a. O [principal escritor fantástico francês] é Jules Verne
b. * O principal francês escritor fantástico
c. Le principal écrivain fantastique français
d. * Le principal français écrivain fantastique
e. Le fantastique roman de Jules Verne
 
Como justificar a existência, nas Línguas Românicas, de adjectivos pré-nominais (principal), de outros exclusivamente pós-nominais (français), e ainda de uma série de adjectivos que podem ocupar ambas as posições (fantastique), embora com trocas de sentido? Como explicar ainda a linearidade dos próprios adjectivos entre si? Outra questão, ainda, tem a ver com a existência de uma eventual ligação entre a ordem do adjectivo e a sua capacidade em sobreviver sem nome lexicalmente realizado.
Na vasta literatura sobre a questão, podem-se referir brevemente algumas propostas, como as de Bernstein (1993) e Crisma (1995). A ideia de que a projecção funcional intermédia NumP divide em dois grupos os adjectivos encontra-se, entre outros, em Bernstein (1993) -Cf também Sleeman (1996): de facto, alguns adjectivos seriam basicamente pre-NumP, posição que conservam em sintaxe, e outros basicamente pós-NumP, o que na realidade equivale em sintaxe a uma posição pós-nominal. Embora a sua razão de ser não seja explícita, essa divisão reflecte em todo o caso uma ordem de palavras rigorosa entre nomes e adjectivos, já que devem ser distinguidos tipos de adjectivos pre-NumP e pós-NumP. Esta diversidade de tipos reflectir-se-ia nas várias combinações de adjectivos (Cf 5).
A questão da sintaxe do adjectivo é também analisada por Crisma em DPs formados por nomes eventivos. Simplificando, Crisma nota que a interpretação dos adjectivos pode ser atribuída à sua posição relativamente ao nome eventivo, do mesmo modo que a dos advérbios relativamente ao verbo. Em Italiano, por exemplo, os adjectivos pós-nominais recebem uma interpretação de maneira, enquanto os adjectivos pré-nominais alternam entre esta e uma interpretação subject-oriented (Cf Crisma (1995), Larson (1997)). Generalizando sobre a sintaxe dos adjectivos, Crisma adianta que os adjectivos de maneira são modificadores baixos a nível do SN -sendo por isso pós-nominais- e os adjectivos subject-oriented são modificadores altos a nível do sistema funcional. Alargando aos nomes não eventivos o mesmo tipo de mecanismo de interpretação, os adjectivos restritivos seriam modificadores pós-nominais a nível de SN, e os adjectivos apositivos seriam modificadores pré-nominais a nível de NumP. A flexão estaria pois na origem da divisão entre adjectivos pré-nominais e pós-nominais, divisão essa que corresponde in fine a um mecanismo de atribuição de significado. (4)
A linearidade dos constituintes no interior do DP, é ilustrada em (6):
 
(6)
 
Em síntese, os adjectivos rom‚nicos são basicamente pré-NumP ou pós-NumP, podendo essa divisão dever-se a factores de atribuição de significado, mas são superficialmente pré-nominais ou pós-nominais, sendo essa distinção engendrada pelo próprio movimento do nome para Num†. Como vamos ver, a posição dos adjectivos relativamente ao nome não parece no entanto condicionar a sua capacidade em sobreviver em contextos elípticos.
A questão da natureza das projecções funcionais associadas ao adjectivo pode agora ser avaliada. Embora a identidade dessas projecções XP não seja clara, pode-se admitir -no espírito de Sleeman (1996)- que sejam designadas de acordo com o seu especificador. Podemos aqui sugerir uma configuração válida para alguns tipos de adjectivos. Para acolher os adjectivos 'altos' na estrutura, propõe-se uma projecção funcional genérica preNumP (admitindo que haverá provavelmente uma projecção funcional por tipo de adjectivo pré-nominal). De acordo com esta análise, em (7), um adjectivo como bom estaria em [Spec,preNumP]:
 
(7)
 
Relativamente aos adjectivos pós-nominais engendrados abaixo de NumP sugere-se, com base em Bosque & Picallo (1996), que são também especificadores de determinadas projecções funcionais. Estes autores analisam em Espanhol os adjectivos pós-nominais relacionais -que denotam entidades-, e os adjectivos de qualidade -que denotam propriedades ou qualidades. Esses dois tipos são ilustrados a seguir:
 
(8)
a. A pesca baleeira
b. Um filme divertido
 
Bosque & Picallo -que rejeitam a tese segundo a qual os adjectivos pós-nominais seriam núcleos da sua própria projecção- fazem notar crucialmente que os adjectivos relacionais -assim como os de qualidade- autorizam a elipse do nome:
 
(9)
Las incursiones aéreas e [las [e] terrestres]
 
Esta análise contrasta com propostas anteriores (Sleeman 1996), que consideram os adjectivos relacionais como núcleos funcionais. O nome, neste último caso, na sua subida para NumP, incorporar-se-ia no adjectivo relacional, sendo a seguir o composto formado movido para Numº. Por precisarem de incorporar com um nome lexicalmente realizado, os núcleos adjectivais relacionais não autorizariam a elipse do nome. No entanto, além de (9), esta análise contrasta também com o caso em (10), extraído de Grevisse, citado por Sleeman (1996:28). Embora este exemplo seja considerado marginal por Sleeman, o adjectivo minéral, incorporado em Nº, não teria quaisquer condições para legitimar a elipse de règne:
 
(10)
Elle allait déserter le règne végétal et sauter par-dessus [le [e] minéral]
 
Este paralelo evidencia que os adjectivos relacionais têm provavelmente o mesmo estatuto sintáctico que os adjectivos em geral, isto é, que são na realidade especificadores de uma projecção funcional, que podemos referir provisoriamente por RelP, e que considero complemento de NumP.
Quanto aos adjectivos de qualidade, que denotam propriedades ou qualidades, e formam uma classe sintáctica distinta dos relacionais, podem também ser considerados modificadores restritivos de N. A sua posição é abaixo de NumP e RelP, sendo a projecção funcional que os abriga provavelmente adjacente a SN.5 A projecção funcional correspondente, possivelmente de tipo QualP, recebe no seu especificador os adjectivos de qualidade e no seu núcleo um traço semântico correspondente.
Uma observação crucial sobre os adjectivos de qualidade é que podem também estar associados à elipse do nome:
 
(11)
a. As estrelas próximas e [as [e] longínquas]
b. Les téléphones fixes et [les [e] portables]
 
Como foi inicialmente observado, a possibilidade de um nome ser suprimido deve ser compensada pela presença de um adjectivo. Os exemplos em (9), (10) e (11) convidam a concluir que este tipo de adjectivos pós-nominais estão incluídos no grupo dos legitimadores potenciais de nomes vazios.
Em síntese, os tipos de adjectivos pós-nominais aqui discutidos são os relacionais, em [Spec,RelP], e os de qualidade, em [Spec,QualP]. Incluindo o sistema funcional pré-nominal, a sintaxe destes adjectivos seria pois a seguinte:
 
 
(12)
 
 
As considerações anteriores podem ser aplicadas ao Português e ao Francês. Em ambos os casos, os adjectivos são considerados especificadores funcionais. Além disso, os adjectivos revelam poder legitimar um nome elíptico, independentemente do lugar que ocupam relativamente ao nome.6 A análise sint·ctica da elipse do nome em PortuguÍs e em Francês, apresentada a seguir, baseia-se pois no estatuto do adjectivo apresentado em (12), mas não distingue, para apurar os mecanismos subjacentes, entre adjectivos pré-nominais e pós-nominais.
 
 
3. A sintaxe da elipse do nome
 
3. 1. A legitimação de pro elíptico
 
A ideia ilustrada nos parágrafos anteriores, segundo a qual, em certas elipses nominais, os nomes vazios estão dependentes da presença de adjectivos, pode ser formulada baseando-se na relação estrutural de Concordância Especificador-Núcleo. Este mecanismo, como se sabe, foi introduzido por Chomsky (1986b) para descrever o acordo entre o núcleo e o especificador de IP, mas, no Programa Minimalista, Chomsky generaliza esta noção e alarga o seu domínio a outras categorias funcionais. Essa generalização implica a existência de uma projecção funcional para cada um dos traços específicos que entram em acordo com itens lexicais. A verificação de traços é efectuada em configurações de tipo Núcleo-Núcleo -movimento de núcleo lexical para núcleo funcional- ou de tipo Especificador-Núcleo -movimento para especificador funcional.
O modelo formal aqui delineado tenta adaptar e alargar a configuração Especificador-Núcleo às construções elípticas nominais. Penso que a legitimação da elipse em contextos adjectivais envolve uma forma de Concordância Especificador-Núcleo entre o adjectivo e o núcleo pro. Na sua aplicação à elipse do nome, esta relação deve ser entendida nos seguintes termos: deixa de ser estritamente local, já que é verificada entre um especificador funcional e um núcleo lexicalmente nulo em posição básica; além disso, as projecções funcionais em questão não estarão associadas à verificação de traços morfológicos, mas de traços semânticos adjectivais. A presença do adjectivo numa posição de especificador tem em todo o caso um papel central na distribuição e identificação dos nomes elípticos, papel provavelmente próximo da função de um operador numa configuração de tipo operador/variável. Associo a posição do adjectivo na hierarquia a uma operação de denotação do elemento nulo pro visto como uma variável sobre o conjunto denotado pelo antecedente contextual. Em todo o caso, a configuração Especificador-Núcleo garante que o adjectivo em questão, quer seja pré-nominal ou pós-nominal, tem escopo sobre o elemento nulo a reconstruir.
Vejamos, para exemplificar, o caso em (13). O indicador (13) apresenta parte da construção elíptica as boas notícias e [as más [e]]. O adjectivo más, neste caso engendrado em [Spec,SPreNum], legitima por Concordância Especificador-Núcleo o seu complemento vazio pro: os traços do adjectivo devem pois ser verificados pelo núcleo nulo pro, de maneira a este ser formalmente legitimado e identificado.
 
(13)
 
 
3.2. Outros legitimadores do nome elíptico
 
Existem várias outras projecções funcionais com especificadores que permitem a elipse do nome, como as que envolvem quantificadores, demonstrativos e possessivos (Cf. Martinho 1998). A capacidade de estes elementos legitimarem a elipse do nome parece relacionada com a sua posição na estrutura, já que, como mostram os dados relativos ao Português e ao Francês, especificadores funcionais antecedem sistematicamente nomes nulos.
Em (14), aparece um DP elíptico quantificado. Assumindo que os quantificadores são especificadores, podemos admitir que legitimam formalmente o núcleo pro, e que um traço [±Quant] ou [±Partitivo] presente no núcleo funcional correspondente, identifica o nome nulo:
 
(14)
a. Os convidados estavam animados, mas [alguns / vários / muitos/dois [e]] não tinham mesa.
b. Les invités étaient de bonne humeur, mais [certains / plusieurs / beaucoup/deux [e]] n'avaient pas de table
 
No caso dos demonstrativos em (15), a elipse do nome é em Português sistemática, mas é em Francês quase inexistente.
 
(15)
a. Embora tenha comprado [estes [e]], a Maria preferia aqueles livros
b. * Bien qu'elle ait acheté [ces [e]], Marie n'a pas aimé les livres en solde
c. J'aime ces livres-là, mais pas [ceux-ci [e] ]
 
Em Português, o facto de não haver distinção morfológica entre demonstrativos seguidos ou não de nomes lexicais, sugere que formam uma classe única. Admitindo que são especificadores, podem legitimar sistematicamente a elipse do nome numa configuração Especificador-Núcleo. Existindo em Francês distinção morfológica entre adjectivo e pronome, admitimos que o adjectivo estará em Francês em Dº, o que explica a oposição (15.a) - (15.b). Em Francês, só os pronomes são especificadores e podem por isso legitimar nomes vazios (15.c).
No caso das construções com possessivo em (16), aparece o mesmo tipo de contraste entre o Português e o Francês:
 
(16)
a. Comprei livros muito caros ontem, mas [os teus / os vossos / [e]] são mais caros
b. * J'ai acheté des livres chers hier, mais [tes /vos /leurs [e]] sont plus chers
c. J'ai acheté des livres chers hier, mais [les tiens /les vôtres /les leurs [e]] sont plus chers
 
Os possessivos em Português projectam presumivelmente uma estrutura funcional complementar, em que o elemento definido o é um núcleo, e a forma possessiva meu um especificador funcional. De novo, a existência de duas classes morfológicas em Francês sugere que alguns possessivos serão exclusivamente núcleos, e outros especificadores. Em Português, os possessivos são sempre especificadores, e a elipse sempre possível, mas em Francês a elipse não é possível com núcleos, como mon, mas só com especificadores, como mien.
Haverá ainda que referir outro tipo de elipse do nome, em (17):
 
(17)
a. Alguns estudantes de Inglês estavam presentes, mas [os [e] *(de Francês)] faltaram
b. Embora a proposta da Maria fosse convincente, [a [e] *(do João)] foi finalmente escolhida
c. * Bien que l'analyse de Jean ait été peu appréciée, [la [e] de Marie] a été bien reçue
 
Esta construção, frequente em Português, mostra que, contrariamente aos casos anteriores, o artigo não pode legitimar a elipse -presumivelmente por tratar-se de um núcleo-, a não ser, em Português, mas não em Francês, quando seguido de um complemento de tipo genitivo. Note-se que o Francês não admite a construção elíptica genitiva (18.a), mas admite o adjectivo temático correspondente (18.b):
 
(18)
a. * L'invasion allemande et [la [e] de l'Union Soviétique]
b. L'invasion allemande et [la [e] soviétique ]
c. A invasão Alemã e [a [e] Soviética] / [a [e] da União Soviética]
 
Partindo do princípio que em Francês um nome vazio só pode ser legitimado por um especificador, a frase (18.a) é agramatical porque o legitimador de pro é um núcleo. A frase (18.b) é boa, porque pro é legitimado pelo especificador Soviétique. Em Português, paralelamente à legitimação de pro pelo especificador Soviética, o núcleo Dº aparenta legitimar também um nome vazio, quando associado a um genitivo (18.c). Podemos presumir que estes complementos subcategorizados desencadeiam uma leitura específica, e que o núcleo Dº recebe em consequência um traço [+específico] que lhe permite legitimar e identificar o nome vazio. Obviamente, o núcleo D não pode legitimar o nome nulo na ausência de genitivo.
Em síntese, em expressões nominais como a [e] da Maria, considera-se que o nome vazio é legitimado formalmente por Dº e identificado pelo genitivo. Em casos como este/o meu [e], contudo, deve considerar-se que se trata de um caso de legitimação por Concordância Especificador-Núcleo, existindo provavelmente várias estratégias de identificação de pro, envolvendo traços morfológicos ou semânticos -Cf discussão em Martinho (1998). Por fim, em casos como o grande [e], o nome vazio é legitimado pelo adjectivo especificador. Resta no entanto referir como é identificado o nome vazio, em construções deste tipo.
 
 
4. Identificação do nome elíptico
 
4.1. Elipse e simetria
 
As frases com elipse do nome fornecidas anteriormente tendem a revelar sistematicamente uma estrutura coordenada, o que indicia que o adjectivo especificador pode provavelmente legitimar um nome vazio, desde que o DP em que está inserido implique alguma forma de coordenação com outro DP. A elipse, neste tipo de caso, depende de uma coordenação de constituintes, que de alguma forma contribui para recuperar a informação ausente no segundo termo da construção. A identificação da elipse por um antecedente específico implica por isso geralmente simetria estrutural entre duas expressões nominais.7
Neste tipo de estrutura coordenada, não só o nível categorial da elipse e o do seu antecedente deverão coincidir, como também o legitimador local de pro deve ser sintacticamente equivalente a um adjectivo projectado no DP antecedente. Haverá elipse do nome se, ao constituinte legitimador da elipse -neste caso um adjectivo em [Spec,XP]-, corresponder outro adjectivo em [Spec,XP] no DP antecedente. Os dois adjectivos em questão devem ainda evidenciar entre si uma relação de natureza semântica -a avaliar infra. Em suma, deve haver uma forma de paralelismo entre o especificador que autoriza a elipse do nome e o especificador que acompanha o antecedente contextual.8
Os exemplos em (19) ilustram mais precisamente estas observações: o legitimador de pro deve corresponder a um adjectivo de mesmo nível no DP antecedente. Caso contrário, o nome vazio não é identificado -embora pro seja formalmente legitimado (19.b.d). Em casos de assimetria estrutural (por exemplo, deslocação à esquerda em (19.e)), então o nome nulo também não é identificado:89
 
(19)
a. O concorrente vencedor e [o derrotado [e]] cumprimentaram-se
b. * O concorrente vencedor e [o bonito [e]] cumprimentaram-se
c. A posição Americana e [a [e] Japonesa] apanharam a Europa de surpresa
d. * A posição Americana e [a [e] presidencial] apanharam a Europa de surpresa
e. * Livros escritos pelo Saramago, já li os [e] interessantes/bonitos
 
Como considerar os adjectivos presentes em (19.a) e (19.c)? Nos vários exemplos citados em (19), os adjectivos são todos atribuidores de propriedades -no caso dos qualificativos em geral- ou denotadores de entidades -no caso de relacionais, como presidencial. Essas entidades ou propriedades devem no entanto ser contextualmente discretas e discriminativas, o que se verifica exclusivamente em (19.a) e (19.c). Os adjectivos que sobrevivem sem nome lexical devem presumivelmente ser ordenados segundo critérios epistemológicos a nível cognitivo: a propriedade ou entidade que denotam corresponde a determinadas características do nosso conhecimento do mundo. Em termos culturais e cognitivos, as propriedades mais relevantes nas línguas naturais incluem conceitos como a cor, o tamanho, a idade, o valor, etc. (Cf Sleeman 1996). Os adjectivos que referem esses conceitos são por isso geralmente lógica e simetricamente ordenados. Podemos designar contextualmente adjectivos discretos esses elementos quando se combinam com a elipse do nome, como em (19.a) e (19.c).
As qualidades contrastivas destes adjectivos discretos são determinantes para o efeito detectado, e equivalem a um princípio de ordenação lógica. Vejam-se os casos em (20):
 
(20)
a. A actividade profissional da mulher é muitas vezes incompatível com [a [e] doméstica]
b. * A actividade profissional da mulher é muitas vezes incompatível com [a [e] estimulante]
 
Em (20.a), atribuem-se propriedades simétricas ao nome actividade, pelo que o nome vazio coordenado é facilmente reconstruído.
Nestas condições, não só os elementos denotando propriedades estritamente discretas ou ordenadas, como quantificadores ou ordinais -que dispensam por isso simetria estrutural- (maior, último, anterior ou primeiro, etc.), mas também adjectivos relacionados em geral com um efeito de catalogação do conhecimento, como inteligente, interessante, vegetal, americano, etc., podem ser considerados legitimadores de nomes vazios, o que acontece particularmente em frases simétricas -ver exemplos (21) e (22)
 
(21)
a. As eleições legislativas e [ as [e] autárquicas] este ano coincidem
b Os carros solares e [os [e] eléctricos] anunciam os veículos de amanhã
c. Les maladies congénitales et [les [e] virales] sont en augmentation constante
d. La religion chrétienne n'a jamais fait bon ménage avec [la [e] musulmane]
 
 
(22)
a. Ces bactéries qui vivent à 95º, ce sont [les [e] thermophiles]
b. Le secteur d'activité le plus dynamique est [le [e] terciaire]
c. As teses em conflito na sociedade norte-americana são [a [e] criacionista] e [a [e] evolucionista]
d. A história da filosofia mostra que as ideias platónicas estão em contradição com [as [e] aristotélicas]
 
Como os exemplos sugerem, estes adjectivos especializados, relativos a termos técnicos, históricos, metodológicos, etc., adquirem a capacidade de referir directamente, talvez por estarem associados a conteúdos relacionados com o nosso conhecimento do mundo, e poderem por isso logicamente identificar determinado grupo, tipo, saber, corrente, autor. A taxionomia técnico-científica é bastante propícia a este tipo de construção.
Estes exemplos também sugerem que determinadas relações de natureza lexical podem recuperar um nome elíptico.
 
 
4.2. Elipse e léxico
 
Que tipo de relações? Como os exemplos anteriores sugerem, os efeitos de contraste desencadeados por esses adjectivos discretos assentam no fundo em casos de hiponímia ou antonímia. Como vimos, o pronome elíptico pro é um constituinte de natureza incompleta, que, ao contrário dos pronomes referenciais, exige uma informação complementar, que está geralmente situada num antecedente contextual. A elipse é referencialmente incompleta -nisto distingue-se da anáfora, referencialmente completa- mas é lexicalmente exclusiva, isto é, as condições de identificação do conteúdo da elipse devem implicar, além da presença de um antecedente, relações lexicalmente relevantes entre o legitimador local e o especificador do antecedente.
É possível tomar adjectivos denotadores de entidades como termos hipónimos. Uma expressão nominal como a atmosfera joviana -(ver 23)- implica estritamente atmosfera planetária, isto é, existe uma relação de inclusão entre a entidade Júpiter e o conjunto de 'planetas com atmosfera'. Como um hipónimo tem uma extensão mais reduzida que o seu hiperónimo, o adjectivo joviana estará em concorrência com outros membros do conjunto, como terrestre ou marciana, estando todos abrangidos por planetária. Neste caso, joviana e terrestre são considerados co-hipónimos, pelo que a sua utilização numa construção elíptica pode ser prevista:
 
(23)
A atmosfera joviana é totalmente diferente d[a [e] terrestre]
 
O processo de reconstrução lógica do nome elíptico passa pois por uma fase de associação do legitimador com um adjectivo lexicalmente relacionado, neste caso reunido por relações de co-hiponímia.
Embora alguma ambiguidade referencial caracterize os adjectivos atribuidores de propriedades -ser magro é relativo- esses adjectivos por seu lado pressupõem, nestas construções elípticas, a existência de uma propriedade inversamente simétrica -(ver 24). Estas propriedades contextualmente discriminativas assentam provavelmente no facto de os adjectivos serem usados como antónimos. Note-se que o valor cognitivo destes adjectivos constitui um complexo lexical binário (Cf. Lyons 1977), no qual um dos elementos implica habitualmente (a negação d)o outro. Esse complexo parece operar nas estruturas simétricas destas construções elípticas, compensando a vaguidade das propriedades atribuídas. A presença de um dos membros possibilita a coordenação lógica com o outro:
 
(24)
As mães solteiras têm em média mais bebés prematuros que [as [e] casadas]
 
Se essa relação não existir, não é possível identificar o nome contextualmente. É o caso em (25.b), em que ligeiro e eléctrico não são antónimos -a não ser no pressuposto que os carros eléctricos não são ligeiros, o que é contrário à verdade:
 
(25)
a. Os veículos ligeiros consomem menos que [os [e] pesados]
b. * Os veículos ligeiros consomem menos que [os [e] eléctricos]
 
Penso pois que a identificação do nome vazio é uma operação lexical: os dois adjectivos legitimadores coordenados devem ser semanticamente próximos, evidenciando relações de hiponímia ou antonímia. Note-se que a construção elíptica adjectival fica comprometida com adjectivos desprovidos de hipónimo ou antónimo: é o caso de adjectivos como diferentes, único, diversos, mesmo, etc. - e os seus equivalentes em Francês:
 
(26)
a. * Acabei por comprar os mesmos livros mas não [os... [e] ]
b. * Jean connaît les divers invités, mais ne connaît pas [les ... [e]]
 
Por fim, algumas das construções elípticas estudadas podem ser consideradas casos de nominalização. De facto, exemplos como (27) parecem ser expressões referenciais completas, e denotam indivíduos -ou conjuntos de indivíduos- do mesmo modo que um nome pleno:
 
(27)
Os casados, os primeiros, um profissional, os criacionistas, os medíocres, os velhos, os verdes, o pequeno
 
Serão DPs elípticos que adquiriram independência lexical, e correspondem a termos plenamente referenciais, particularmente relevantes a nível cognitivo para referir grupos ou tipos humanos, classes ou conjuntos de entidades animadas, que correspondem a um esforço de classificação normativa. Este processo de lexicalização é bastante produtivo, tanto em Português como em Francês -ver também (28):
 
(28)
a. As [eleições] autárquicas, a [universidade] privada, os [jogadores] portistas,
b. La [élection] présidentielle, le [enseignement] privé, les [auteurs] classiques
 
Em síntese, a simetria semântica / lexical que se estabelece entre o legitimador local e o antecedente no contexto linguístico, assim como a simetria sintáctica da estrutura, criam condições para a recuperação da identidade categorial e lexical do nome suprimido.
 
 
 
5.Conclusão
 
Considera-se, neste trabalho, que a elipse deve ser encarada como um pronome nulo basicamente engendrado, sujeito a condições de legitimação e identificação. Nas construções aqui analisadas, os adjectivos são especificadores funcionais e dispõem, em consequência, de condições estruturais para legitimarem o nome elíptico numa configuração Especificador-Núcleo. Para a identificação dos nomes nulos, os adjectivos envolvidos devem expressar uma propriedade discreta, que, em orações marcadamente simétricas, os torne suficientemente específicos para reconstruir a elipse. Estas propostas são resumidas no princípio (29):
 
(29) Legitimação e identificação de nomes elípticos
pro elíptico é formalmente legitimado por um adjectivo atributivo numa configuração Especificador-Núcleo e semanticamente identificado por meio de hiponímia ou antonímia por um antecedente contextual.
 
Alargando a reflexão às duas línguas em análise, o conjunto de legitimadores de nomes nulos apresentado sugere que o Português aparece como uma língua em que o nome pode ser facilmente 'deixado de fora', em contraste com o Francês, que só autoriza os nomes elípticos em contextos muitos restritos envolvendo rigorosa simetria estrutural e lexical.
 

Aveiro, Setembro de 1998

 

Fernando Martinho

Email:fmart@mail.ua.pt

Internet: https://sweet.ua.pt/~fmart/

 
 
Notas
 
1. O presente artigo retoma e prolonga algumas das conclusões de uma dissertação de Mestrado intitulada "A elipse nominal em Português e em Francês", apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em Julho de 1998.
 
2. Observe-se no entanto que a falta do nome não se pode confundir com a ocorrÍncia de um sujeito nulo. Se, em PortuguÍs, língua de sujeito nulo, as duas construções poderiam ser numa primeira análise confundidas -ambas implicam categorias não-fonéticas-, em Francês, no entanto, língua conhecida por não autorizar sujeitos nulos, a elipse do nome é perfeitamente possível, se obedecer a determinadas condições. Compare-se as frases seguintes, nas duas línguas referidas, em que o exemplo (a) ilustra pro sujeito nulo e (b) a elipse do nome:
 
(i.a) Os estudantes vieram ver a peça. No entanto, [e] saíram desiludidos
(i.b) Os estudantes vieram ver a peça. No entanto, [alguns [e] saíram desiludidos
(ii.a) * Les étudiants sont venus voir la pièce. Très vite, [ e] sont partis déçus
(ii.b)Les étudiants sont venus voir la pièce. Très vite, [ certains [e]] sont partis déçus
 
Estes exemplos sugerem que a possibilidade de ocorrência da elipse do nome deve ser distinguida das condições formuladas para o parâmetro do sujeito nulo. Neste caso, o Francês distingue estas duas categorias vazias, já que autoriza a categoria elíptica, aparentemente com base na presença do quantificador certains. No caso do Português, o sujeito nulo é legitimado e identificado pela flexão, mas no caso da elipse, este papel caberá ao elemento quantificador alguns, que, de alguma forma, actua como legitimador do nome suprimido, num papel parecido com o da flexão para o sujeito nulo.
 
3. Não são pois aqui contemplados os adjectivos usados em construções predicativas.
 
4. Alguns autores levantam dificuldades ao anterior quadro teórico na sua aplicação ao FrancÍs por exemplo, Lamarche (1991). Os argumentos de Lamarche contra o movimento de N para Numº baseiam-se na afirmação que certos adjectivos em Francês não são pós-nominais em consequência de movimento de N. Para Lamarche, esses adjectivos pós-nominais são basicamente engendrados à direita do nome, enquanto os pré-nominais são adjuntos do núcleo N.
 
5 Estes pressupostos são suportados por alguns dados do PortuguÍs e do FrancÍs, nomeadamente o facto de os adjectivos de qualidade aparecerem obrigatoriamente depois dos relacionais:
 
(a.) Um [romance histórico interessante]
(b.) * Um romance interessante histórico
(c.) Une [vache laitière magnifique]
(d.) * Une vache magnifique laitière
 
6. Esta proposta não parece captar a totalidade dos casos apurados. Alguns adjectivos pré-nominais (puro, mero, etc) relevam de facto incapacidade em sobreviver com um nome nulo (comunicação pessoal da Prof. Violeta Demonte). Veremos adiante contudo que essa incapacidade pode ser compensada em termos de simetria estrutural.
 
7. Note-se que a noção de coordenação aplicada à teoria da elipse é desenvolvida no âmbito do Blocking Principle de Williams (1997).
 
8. Esta simetria não deve contudo ser vista como rigorosa nem sistemática, mas como uma tendência da organização da informação nestas construções. No exemplo seguinte, não existe paralelismo rigoroso, mas a elipse é viável:
(i) O colega francês e o de Itália
 
9. Note-se também que estes exemplos permitem justificar a distinção sintáctica entre adjectivos como, por exemplo, 'vencedor' e 'bonito'. A elipse parece exigir uma equivalência sintáctica que estes elementos não revelam possuir. (mas ver nota anterior)
 
 
 
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